Grupos de mídia se reorganizam
Em um cenário de fusões e aquisições, as mudanças entre os grandes grupos globais de mídia foram tantas que, na maioria das vezes, as pessoas ficam confusas sobre quais canais pertencem a quem. No ano dos centenários da Disney e dos estúdios Warner, o PROPMARK faz um raio X do setor, que movimentou US$ 99,7 bilhões no mundo em 2021, alta de 24% em relação ao ano anterior, segundo a Motion Pictures Association (MPA).
A cifra chega a US$ 328,2 bilhões, alta de 6%, somando negócios da TV por assinatura. Já o aumento de usuários de streaming foi de 26%, atingindo 1,3 bilhão de pessoas globalmente.
Impulsionadas pela integração de negócios, que assumiu papel principal no crescimento de marcas empurradas pela atuação do streaming, as marcas centenárias tiveram de acelerar decisões para aumentar a oferta de tecnologia e conteúdo no ambiente multiplataforma.
A Walt Disney Company concluiu a aquisição da 21st Century Fox por US$ 71,3 bilhões, em 2019; da Lucasfilm, por US$ 4,06 bilhões, em 2012; da Marvel, por US$ 4 bilhões, em 2009; e da Pixar, por US$ 7,4 bilhões, em 2006. Em 2011, a operadora de TV a cabo norte-americana Comcast desembolsou algo em torno de US$ 13,75 bilhões para adquirir a NBC Universal, que comprou a DreamWorks Animation por US$ 3,8 bilhões, cinco anos depois.
O canal DreamWorks chegou ao Brasil no ano passado com conteúdo infantil e familiar. Atualmente, alcança cerca de 35 milhões de lares em 43 países. Dos estúdios da Universal Pictures, vem um dos maiores blockbusters da história do cinema, E.T. o extraterrestre, além de A lista de Schindler, ambos de Steven Spielberg.
As transações sugerem a centralização de empresas em poucos grupos, porém mais parrudos e com atuação diversificada. Negócios recentes confirmam a busca por “escala, segurança de estratégias intermeios e multimeios e mais fonte de receita”, diz Paulo Cunha, coordenador do curso de comunicação e publicidade da ESPM.
Já o grupo Discovery adquiriu a Warner Media, que pertencia à operadora AT&T, por US$ 43 bilhões em 2022, formando a Warner Bros. Discovery, com receita estimada em US$ 33,8 bilhões. No mesmo ano, a ViacomCBS, fruto de união firmada em 2019, passou a se chamar Paramount. O principal serviço gratuito de streaming de televisão da Paramount no Brasil, a Pluto TV, acaba de fechar acordo com o UOL, agora responsável pelas vendas diretas e programáticas da plataforma.
“O pano de fundo dessas movimentações é a mudança de consumo da mídia linear, seja na TV aberta ou fechada, para a mídia on demand, de fato”, confere Fábio Freitas, presidente do Grupo de Mídia de São Paulo.
Com a tecnologia evoluindo a todo momento e transformando o cenário de mídia, provavelmente as mudanças não devem parar por aí. A avaliação é de que a reorganização desses grupos de mídia sugere um novo ciclo de crescimento. A conferir.
The Town
Genial a sacada do anúncio impresso de página inteira veiculado nos principais jornais intitulado Papo de irmão. Escrito em primeira pessoa e em formato de carta, o Rock in Rio se dirige ao The Town - ambos eventos pertencem ao Grupo Dreamers - dando conselhos sobre a estrutura e ideias para o novo festival, cuja primeira edição será em setembro, em São Paulo.
Copy de trecho: “Mas, por favor, não vem com papo que sou de outra geração, beeeeem mais velho que você, que nasci em outra cidade e tal. Se não quiser conversar, tudo bem, mas grava aí o que vou dizer, pois é importante. Irmão mais velho é assim, quem tem sabe.”
Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK