Pagliarini: ” Será o ano em que aplicaremos aprendizados importantes, catalisados no meio da pandemia e da consequente crise gerada por ela” (Unsplash)

Tem gente que não dá importância a uma virada de ano. Não é o meu caso. Apesar de a mudança ser apenas uma sucessão de dias, acredito no poder simbólico de uma virada.

Ainda mais quando atravessamos um período tão complicado como este de 2020. Não que tudo mudará, como num passe de mágica, na simples transição de um ano para outro.

Mas há um efeito sobre todos nós de renovar esperanças e gerar novos planos pela simples expectativa de um ano diferente. E certamente será um ano diferente. Será o ano em que o homem domará mais uma pandemia que desafiou a todos.

Será o ano em que aplicaremos aprendizados importantes, catalisados no meio da pandemia e da consequente crise gerada por ela. Sim, porque, apesar de todos os imensos problemas, tivemos bons aprendizados.

Daqui pra frente, teremos muito mais cuidado no contato com outras pessoas, adquirindo hábitos de higiene que eram negligenciados antes; aceleraremos o processo de omnichannel, apresentando opções de disponibilizar e acessar produtos de diferentes formas; perdemos o medo do trabalho remoto, do home office; desenvolvemos formas mais amigáveis e acessíveis de se realizar reuniões e eventos online; repensamos formas de tocar nossos negócios, otimizando recursos; enfim…

Como diria Nietzsche: “Tudo o que não nos mata, nos faz mais fortes”. E é assim que entraremos em 2021. Num processo Darwiniano acelerado, tornamo-nos animais mais adaptados a um novo ecossistema, que exigiu uma transformação em tempo recorde.

E é de Darwin a máxima “Não é o maior, nem o mais forte que sobrevive, é o que melhor se adapta”. Então, nessa travessia para 2021, devemos olhar para a frente como sobreviventes de mais uma crise.

De nada valerá ficar olhando para o retrovisor, remoendo as agruras de um ano pra esquecer. Devemos ver essa transição como um renascimento, que, como aquele pós Idade Média, traga iluminismo e antropocentrismo, com foco no ser humano. Devemos planejar ações com otimismo. Não aquele otimismo de Poliana, mas um calcado em expectativas factíveis de melhora.

Na área de eventos, apesar da rápida adaptação para soluções online, está claro que o presencial retomará seu espaço. De forma diferente, incorporando ferramentas desenvolvidas ao longo da crise, mas voltando a proporcionar algo que o ser humano mais sentiu falta: a proximidade, o olho no olho, a possibilidade de estar fisicamente com colegas e amigos.

Se, por um lado, a transformação tecnológica nos deu a oportunidade de nos comunicarmos facilmente por telas, por outro, demonstrou a carência dos encontros presenciais. Somos seres gregários: precisamos do contato presencial.

No horizonte de 2021, vemos um mundo híbrido, que vai voltar a incorporar hábitos gregários, à medida que a tão desejada imunização vá acontecendo. No horizonte de 2021 vemos também relações mais humanas e respeitosas com o meio ambiente e os semelhantes.

Vemos mais inclusão e relações mais sustentáveis entre empresas. Vemos a diminuição das diferenças entre ricos e pobres, com a redução da pobreza. Pobreza material e de espírito. Vemos menos beligerância e mais entendimento.

Mas não nos enganemos: o horizonte não é cor de rosa, ele ainda apresenta nuvens carregadas. Não serei eu aquele que minimiza os problemas que ainda enfrentaremos. Mas o que defendo é a cabeça erguida e o positivismo.

Defendo o repensar e repensar contínuo, sempre buscando condições mais favoráveis, não somente para nós, mas para todos. Que continuemos juntos em 2021, trabalhando continuamente por um mundo melhor.

Este é meu último texto de 2020. Então desejo que você vislumbre um horizonte de paz e prosperidade para você, sua família e seus negócios.

Até 2021!