Hot dog, ou, cachorro quente

Se em inglês é divertido e palatável, em português, embora a tradução seja literal, no mínimo, constrange e incomoda. Muitos brasileiros, especialmente num país alucinado por cachorros. Seja como for, o hot dog é hoje um clássico universal. E as versões sobre sua origem totalizam quase que 10, mas três são as mais celebradas. A primeira e mais conhecida de todos faz referência a um açougueiro da cidade de Frankfurt, que, no ano de 1852, decidiu batizar as salsichas por ele produzidas com o nome da raça de seu cão de estimação, Dachshund.

Já a segunda remete a um imigrante alemão, Charles Feltman, que levou a salsicha Dachshund para os Estados Unidos no ano de 1880, e lá criou um sanduíche quente, com pão alongado, salsicha, e algumas alternativas de molho, com o prevalecimento da mostarda. E a terceira é do ano de 1904, na cidade de Saint Louis, onde um fabricante e vendedor de salsichas, para que sua legião de clientes não queimassem as mãos, decidiu fornecer uma luva. E como ganhasse na salsicha e acabasse perdendo dinheiro com as luvas, que não eram devolvidas, aceitou a sugestão de seu cunhado e passou a embalar a salsicha num pão.

Em nosso país a história também tem versões, mas prevalece a que tudo começou nos anos 1920, quando Francisco Serrador, o criador da Cinelândia, passa a vender sua versão de cachorro quente em seus cinemas. Já a disseminação acontece com a multiplicação das Lojas Americanas por algumas das principais cidades do país, e onde o Cachorro Quente com Milkshake era o carro-chefe.

E as crianças que comiam nas Americanas pediam para suas mães fazerem em seus aniversários, também... Dentre as grandes marcas, talvez hoje a mais conhecida e reconhecida seja Nathan’s Famous. E que, por sinal, abriu sua primeira loja no Brasil na cidade de São Paulo, durante a pandemia. Criada por Nathan Handwerker, com um pequeno stand, em Coney Island, ao lado de Manhattan, NYC, no ano de 1916. Nathan era empregado da barraca de cachorro quente do Feltman, e muitos de seus clientes, artistas como Eddie Cantor e Jimmy Durante, o estimulavam a abrir o próprio negócio.

Na decolagem, Nathan joga o preço para baixo, e quebra seu ex-patrão Feltman. E como existisse muita controvérsia sobre a procedência da carne, pagava para que modelos vestidos de médicos e enfermeiros comprassem e comessem seu Nathans na frente das demais pessoas. Todos, de avental branco. Hoje o Nathan’s, que incorporou a sua marca a palavra Famous, é uma franquia presente em praticamente todos os Estados Unidos, com mais de 1.400 lojas, e mais 17 países. E a partir da pandemia, no Brasil, também. Todos os anos, no dia 4 de julho e desde 1916, em sua loja referência – flagship –, em Coney Island, realiza o Nathan’s Hot Dog Eating Contest – quem come mais cachorro quente – originalmente em 12 minutos, e agora, 10 minutos. Conclusão, e com a chegada do Nathan’s Famous ao Brasil, os hot dogs voltam à moda, e com tudo.

A receita clássica do Nathan’s é salsicha exclusiva fabricada de carne bovina, chapeada para formar uma película brilhante, servida em pão especial e macio, e com diferentes alternativas de molho. O clássico, batizado de Coney Island, agora vendido na primeira loja do Brasil na cidade de São Paulo, leva, além do pão e da salsicha, mostarda e chucrute com receita única. Muitos de vocês me perguntam e pedem exemplos do que venha a ser uma Narrativa, plataforma essencial para a construção de marcas vencedoras, e de excepcional qualidade. A resposta é este artigo que agora concluo, que certamente deve mais que ter despertado a vontade em vocês de experimentarem o Nathan’s Famous.

Francisco Alberto Madia de Souza  é consultor de marketing - famadia@madiamm.com.br