Imagine
Imagine um mundo sem paraíso nem inferno, apenas o céu sobre nós. Imagine que não existam países, nenhum motivo para matar ou morrer. E nenhuma religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz. Imagine que não existam posses, nem ganância ou fome. Imagine todas as pessoas compartilhando o mundo todo.
Em síntese, isso foi o que John Lennon imaginou, sonhou, ao compor a icônica ‘Imagine’, em 1971. Foi o single mais vendido do cantor/compositor. Lá se vão mais de 50 anos e sua música continua atual, nos emocionando.
E minha proposta, neste artigo, é que continuemos imaginando. Imaginando um mundo de energia limpa e, espiritualmente, uma energia positiva e respeitosa entre todos.
Um mundo mais verde e regenerativo, sem desastres climáticos. Imagine mais inclusão, diversidade, sensibilidade e respeito. A fome sendo erradicada e a desigualdade minimizada. Imaginemos equidade de gêneros.
Imagine menos preconceito e mais oportunidades para todos, sem distinção de raça, religião, gênero, idade ou aparência física.
Imaginemos a evolução tecnológica, a IA, utilizada para o bem, para melhorar a vida das pessoas. Tudo isso parece utópico, ingênuo até. Mas prefiro a utopia do que a distopia.
Até porque há uma estrada sendo pavimentada para esse mundo melhor. É a estrada do respeito socioambiental, da ética e da sensibilidade. É a autoestrada ESG.
Tenho me repetido por aqui e peço compreensão, mas acredito fortemente que, no futuro, vai prevalecer o capitalismo consciente, compliant aos melhores princípios, que busque o lucro, sim, mas não a qualquer custo.
Um capitalismo que respeite todos os stakeholders (e não só os shareholders). Imagino que empresas, instituições e a sociedade em geral estão conscientes de que, se nada for feito, as futuras gerações terão um mundo semelhante ao retratado na distopia ficcional do tipo ‘Blade Runner’ ou ‘Mad Max’.
Acho que há um consenso, mesmo entre os mais resistentes, de que não dá mais para adiar uma nova forma de administrar qualquer coisa, seja um governo, uma empresa, ou a nossa casa.
Acredito que o tal triple bottom line (lucro, planeta, pessoas), preconizado por John Elkington, será adotado cada vez mais, com empresas apresentando resultados que extrapolam o lucro e demonstram sua atitude em prol do meio ambiente e das pessoas.
Imagino ESG sendo matéria de escolas de administração, mas também em todos os níveis educacionais, com seus princípios permeando naturalmente todas as formas de se fazer negócios, de gestão de pessoas, todo tipo de atividade, enfim.
Sonho com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU adotados como pano de fundo do planejamento estratégico de governos, empresas e instituições.
Mas minha imaginação vai além, abrangendo o comportamento das pessoas, de um modo geral. Pessoas usando os recursos naturais de forma responsável.
Respeitando outras pessoas, independentemente da sua classe social, aparência, origem, gênero ou credo.
E exercendo pressão sobre as empresas, para que adotem esses princípios, sob risco de perderem nossa preferência. Todos atuando na mesma sintonia, independentemente da sua inclinação política ou setor de atuação.
O respeito socioambiental, a ética e a transparência são valores que devem transcender convicções e diferenças. Isto tudo é mais do que um exercício de imaginação, tampouco é uma mera esperança: é necessidade mesmo!
Pragmaticamente, devemos entender que se não formos todos para essa direção, deixaremos um legado desolador para as futuras gerações.
Sei que alguns podem estar lendo este texto com um sorriso cético de canto de boca. Quanta ingenuidade e “Polianices”...
Mas, como dizia John Lennon: “Você pode dizer que eu sou um sonhador. Mas não sou o único! Espero que um dia você se junte a nós. E o mundo será um só!”
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br