Livestreaming

O marketing de influência já faz parte da rotina de marcas e consumidores, mas será que exploramos todo o seu potencial?

Na China, por exemplo, a união entre influenciadores e livestreaming transformou a forma de consumir. Mais do que uma vitrine, as transmissões ao vivo se tornaram pontos de encontro entre marcas, creators e comunidades; e o resultado é conversão em tempo real e engajamento certeiro.

Para ter uma ideia, propagandas como da Hermès, da Xiaohongshu e da P&G, com suas campanhas em Douyin, mostraram o poder desse formato: engajamento imediato, interação autêntica e vendas concretas, sem que o consumidor precise sair da plataforma.

Ali, o influenciador não é apenas porta-voz: ele demonstra, interage, responde dúvidas e guia o processo de compra de forma transparente.

E esse movimento já começa a ganhar corpo no Brasil, mesmo que ainda muito embrionário. Um bom exemplo é a Guday, marca da influenciadora Manu Cit, que soube usar o TikTok Shopping como espaço de conteúdo e também como vitrine de vendas.

Com a chegada do TikTok Shop, a marca encontrou terreno fértil para crescer: ao transformar cada vídeo em um ponto de contato direto com a compra e o consumidor, conseguiu unir engajamento orgânico com conversão prática.

A analogia é simples: se na China o livestreaming virou motor de bilhões em vendas, no Brasil marcas como a Guday mostram que esse caminho já começa a ser trilhado, e com resultados positivos.

Segundo Silvia Belluzzo, diretora de marketing no TikTok América Latina, em entrevista para o podcast Influência com Sotaq, “O TikTok quebrou a barreira de que quem pode criar conteúdo é aquela pessoa que tem o cenário perfeito, e as lives são a prova disso, todo mundo pode criar, e agora até vender. O jogo mudou, e o TikTok shop chega no Brasil completando a jornada do cliente, que já sabia que a plataforma era um lugar para conhecer nossas marcas e serviços, junto as lives. É a oportunidade de ouro, pois temos o ecossistema completo em um só lugar”.

Outro exemplo, são as lives de e-commerce de bolsas, tanto das marcas de grife como marcas de outros segmentos. Mas o que isso nos ensina?

Que a influência não é só sobre alcance ou awareness, mas também sobre impactar decisões de consumo na hora certa.

No Brasil, ainda vemos as lives como uma extensão da estratégia de conteúdo. O que falta é enxergá-las como estratégia de negócio.

Outro ponto relevante é a confiança. O público brasileiro já reconhece nos influenciadores uma voz próxima e legítima. Imagine então somar essa credibilidade à possibilidade de experimentar e comprar em tempo real?

É nesse cruzamento entre autenticidade e conveniência que mora a oportunidade.

Isso não significa abandonar planejamento ou métricas. Pelo contrário: exige preparo, narrativa bem construída e equilíbrio entre propósito e entrega. Marcas que entenderem o livestreaming como espaço de experiência, não apenas de venda, sairão na frente.

O futuro do marketing de influência passa por formatos que unem entretenimento, comunidade e conversão. Na Sotaq, acreditamos que não basta falar para muitos, mas criar momentos que transformam a maneira como as pessoas se conectam com marcas.

Então, a reflexão é: se na China o livestreaming já movimenta trilhões de yuans por ano, e se no Brasil marcas como a Guday, criada por uma influenciadora digital, já colhem frutos positivos com o TikTok Shop, o que estamos esperando para transformar a influência em palco de conexão, confiança e conversão em tempo real?

Vinicius Machado é CEO e fundador da agência Sotaq
vinicius@sotaq.ag