Marcas, blockchain e NFT's: presente e futuro

Nos últimos meses, muito se repercutiu a ação do jogador Neymar, que adquiriu dois NFT’s pelo valor de R$ 6 milhões de reais. (Importante: se você ainda não ouviu falar sobre tokens não fungíveis, corre lá no Google e volta para ler o resto desse texto). A exposição que uma celebridade mundial dá ao mundo da tokenização é importante, porém é apenas a espuma do que pode representar para a nova economia e, por consequência inevitável, às relações entre marcas e seus consumidores.

As NFT’S, por enquanto, são vistas como artes digitais colecionáveis. Sua aplicação, no entanto, é infinita. Já imaginou marcas venderem NFT’s para que seus consumidores realizem experiências únicas? Exemplos: uma cerveja pode vender NFT’s que, compradas pelo período de um ano, dão direito ao seu dono de experimentar lançamentos exclusivos. Uma empresa de cosméticos vende NFT’s para que suas consumidoras possam ter acesso aos melhores salões de beleza? Uma marca de gim vende NFT’s para que os proprietários tenham preferência de entrada em baladas e para compra de camarotes? Abadás por NFT’s, ativações por NFT’S, relacionamento por NFT’s... o céu é o limite.

A capacidade de compra e revenda remete mesmo à dinâmica do comércio de objetos de arte, mas os tokens não fungíveis chegaram para mostrar que isso é apenas a pontinha de um iceberg colossal de possibilidades que a tecnologia das blockchains traz para o mercado de publicidade e comunicação.

Muito além de ver times de futebol aceitando criptomoedas para a comercialização de ingressos, a Web3 (de novo, se precisar, corre no Google e volta pra cá) oferece uma gama de inovações para marcas e anunciantes de fato inovarem no relacionamento com seus consumidores.

Recentemente, uma startup de Miami lançou a primeira tokenização imobiliária dos Estados Unidos. Compradores podem adquirir suas “cotas” por criptomoeda, recebem seus NFT’s e podem, por um determinado período, usar a propriedade e, quando não estiverem utilizando, receber os proventos pelo aluguel da mesma. Tudo sem burocracia, organizado pela startup, digital, organizado, com a segurança do blockchain. Parece ser o futuro? Pois é, está rolando agora mesmo.

Mais do que comprar uma arte de mais um Bored Ape, consumidores vão buscar, em um curto espaço de tempo, as alternativas da nova economia que os façam perder menos tempo com burocracias, que digitalizem etapas analógicas e que encurtem o caminho para sua experiência. Branding não é mais fazer campanhas que conversem com apenas um público específico. Branding, do presente e futuro, é pensar em ações que facilitem a vida dos clientes e os conectem de maneira profunda com marcas, pelo maior tempo possível.

Haveria o argumento que o consumidor brasileiro ainda não está preparado para entender com funciona o universo da Web3. Eu discordo. O consumidor brasileiro é o mais adaptável do planeta. É quem mais adota tendências com rapidez, que usa primeiro para pesquisar depois. Branding moderno é isso: oferecer soluções que ninguém sabe que existem, mas que tornam a vida dos consumidores algo absolutamente mais prática de maneira tangível.

Bruno Pinheiro é fundador e CEO da PiaR Comunicação