Marketing é para profissionais

O marketing (se é que se pode chamar assim) do governo Bolsonaro era de uma tosquice de dar dó. Puro amadorismo, como fiz questão de registrar aqui em diversas ocasiões.

Havia quem avaliasse que aquilo era proposital, alinhado com o gosto de seus eleitores, tudo feito de caso pensado. Só que não.

O amadorismo em todas as instâncias era autêntico, no conteúdo, na forma e na absoluta falta de planejamento. O resultado, todos vimos: o desmoronamento da imagem do governo e a perda da eleição em 2022.

O governo Lula começou com os mesmos vícios, achando que, à semelhança de outras áreas, o marketing também podia ser tocado pela companheirada.

Lembram-se da sucessão de trapalhadas da gestão de Paulo Pimenta à frente da Secom?

E das suas consequências, como a queda vertiginosa nos índices de aprovação de Lula?

Diferentemente de Bolsonaro e de seu entorno, que se orgulhavam da própria estupidez e nada fizeram, o petista foi rápido no gatilho e colocou um publicitário brilhante para cuidar da comunicação: Sidônio Palmeira, o marqueteiro que, aliás, assumiu sua campanha para presidente num momento em que ela fazia água.

A diferença na qualidade da comunicação do governo deu um salto admirável. Não há ponto sem nó. Não há pergunta sem resposta. Não há oportunidade perdida. E tudo realizado com impecável profissionalismo. Como costuma ocorrer quando se trabalha do jeito certo, as consequências positivas se revelam rapidamente.

Se, durante as enchentes no Rio Grande do Sul, Pimenta conseguiu a proeza de transformar uma ocasião em que o governo federal poderia demonstrar grandeza, numa avalanche de politicagem e controvérsia, Sidônio fez do escândalo da adulteração de bebidas com metanol uma oportunidade de marcar a eficiência do governo Lula nas emergências, por meio do uso irrepreensível da imagem do ministro Alexandre Padilha.

Impossível, inclusive, não comparar Padilha do metanol com Pazuello da Covid e compreender por que perdemos tantas vidas à época da pandemia.

Da mesma forma que podemos compreender, hoje, a indiscutível melhora na avaliação da gestão Lula e os índices inquestionáveis que apontam um cenário ideal para a sua reeleição em 2026, não importam os adversários.

Fica evidente que trabalhar o marketing de governo com capacidade técnica é determinante para a otimização da informação pública.

Afinal, é o profissionalismo na comunicação de massa que faz crescer um estado de confiança na população, não importam as ideologias, os credos ou os protestos da oposição.

A divulgação competente de iniciativas de valor, realizadas com organização e método, por gente preparada, faz perceber aos brasileiros que governar voltou a ser um ato de alta responsabilidade, e não mais uma improvisação de gente incompetente e de poucas luzes intelectuais.

Sidônio Palmeira à frente da Secom trouxe alívio para o governo e deve orgulhar todos aqueles que sempre acreditaram e defenderam a relevância do marketing bem aplicado em benefício da sociedade.

Stalimir Vieira é diretor da Base de Marketing
stalimircom@gmail.com