Ao contrário do que os mais pessimistas chegaram a prever, o mercado publicitário do Rio Grande do Norte reage com valentia às recentes turbulências provocadas pelo período pandêmico. Uma readaptação às novas práticas operacionais adotadas por parte das agências, que se reflete em números animadores. Espontaneamente, a capacidade de tomar decisões ainda mais rápidas e assertivas mostra que as agências continuam como peça primordial no papel de contribuir, de fato, com os negócios. Novos formatos de trabalho e de integração começam a se consolidar, sem comprometer o processo de entrega. Como já se depreende de outros mercados no reinício pós-pandemia, mesmo com o trabalho 100% remoto, a produtividade surpreendeu, contrariando a antiga visão do presencial como fator indispensável ao motor criativo.

A chamada “comunicação 360º” teve, nesse âmbito, a digitalização dos negócios e a intensificação do uso de canais digitais para interação e vendas, como exemplos de tendências que já se manifestavam e se intensificaram bastante. Porque a multiplicidade de formatos deu no Rio Grande do Norte o diapasão necessário para a amplificação de conteúdos e veiculação “on demand”. Consequentemente, a atitude de atrair consumidores como forma de gerar novas demandas vem produzindo resultados impensáveis ou que sequer eram cogitados até o início do quarto trimestre de 2020. Nesse novo panorama, a prática do distanciamento social multiplicou o trabalho home office na busca por soluções criativas, fortalecidas graças ao crescente investimento em tecnologia – tanto na capital quanto no interior – de forma a encurtar as distâncias em prol da produtividade.

Fato: o online, hoje, é realidade no mercado potiguar. Também houve a clara percepção de que o chamado “exercício publicitário” precisava ser revisto sob o ponto de vista da própria sistemática a ele aplicada. Da prospecção à veiculação, passando por execução, produção e entrega, transformações impostas pelo momento estão agora indissociavelmente atreladas às rotinas em curso. Por meio da sinergia resultante de todo um processo de readequação física e produtiva, o equilíbrio foi conquistado. A transformação ocorre em escala regional, mediante processos nos quais o foco das empresas em departamentos de mídia “on” se alia a fatores como métrica e análise pontual de dados na tomada de decisões e no complemento da mídia “off” para uma comunicação integrada. Em síntese, o setor está de parabéns. Mas, quem na verdade ganha com isso? A resposta encontra-se, positivamente, na sintonia entre agência e clientes satisfeitos, surpreendidos ante uma realidade que até o fim do terceiro trimestre de 2020 se mostrava francamente desalentadora.

Exponencialmente, outro patamar deverá ser atingido em relação à fertilização do terreno para que anunciantes nacionais enxerguem o estado sob uma nova perspectiva e a progressiva ativação de outras marcas bem-vindas à região. Todos, portanto, podem comemorar a chegada de um novo tempo em que vamos continuar retirando lições colhidas na tempestade, sem temores. Agora, cabe a nós a persistência. Para o restante do ano, o plano é dar continuidade ao fortalecimento do Sinapro/RN e consequentemente da Fenapro, atraindo novas agências que estão despontando no mercado local. Outro pensamento é retornar com o Prêmio Bárbaro – o “Oscar” da propaganda potiguar – a fim de incentivar o processo criativo local. E que venham os resultados!

Odemar Guilherme Caldas Neto é diretor do Sinapro-RN e da Execom (odemar@executivapropaganda.com.br)