NEM, nem, nem, thanks, God!

Finalmente, mais que na hora, antes tarde do que nunca, o NEM, o Novo Ensino Médio.

De verdade, essa mudança ganha corpo no governo de Michel Temer, que tinha como ministro da educação Mendonça Filho, hoje deputado federal e relator do projeto, que recebeu oportunas e consistentes contribuições do senador Pedro Chaves, educador de grande e notória experiência.

Nas razões e motivos que Mendonça e Pedro elencam, todas de caráter conjuntural, e referem-se sempre – e faz todo o sentido – a frustração, decepção dos alunos diante da quase inutilidade prática do que aprendem, da qual decorre a absurda e monumental evasão escolar.

De verdade, mesmo, embora essa dor seja muito forte, o tsunami tecnológico que vem implodindo a quase totalidade das instituições consagradas do velho mundo, não poderia e, felizmente, não poupou o ensino.

Assim, e brevemente, muito brevemente, as grandes instituições de ensino que prevaleceram em todo o mundo nos últimos 500 anos, e decorrência mais que natural da epifania de Gutenberg e sua mágica Prensa, despedem-se.

Essas grandes instituições de 200, 300, 400, anos,
todas, sem exceção, vão se converter em museus, bibliotecas, centros artísticos e outras manifestações. Mas, fim. Acabou.

Se, conjunturalmente, faz todo o sentido a criação de um NEM – Novo Ensino Médio –, estruturalmente já deveríamos ter feito isso desde o início deste século.

E se não fosse a pandemia, que apontou em direção a um ensino híbrido, presencial e a distância, ainda estaríamos postergando a mais que necessária e urgente reforma.

No projeto da reforma de 2017, relatada por Mendonça Filho, a afirmação: “A reforma do ensino médio perpetrada pela Lei nº. 13.415 de 2017 oferece aos estudantes a chance de refletirem sobre seus sonhos, acerca de quem são e o que desejam para suas vidas.

O modelo foi construído para uma juventude criativa, participativa e atuante.

A proposta foi concebida para promover uma educação contemporânea, que prepare os jovens para o mundo do trabalho e para uma vida significativa em sociedade...”.

Finalmente, a primeira das mais que essenciais reformas prestes a ser aprovada e implementada.

E seu poder sobre o futuro do país é revolucionário em todos os sentidos.

Muito especialmente num mundo onde os empregos vão chegando ao fim, e nasce a figura do profissional empreendedor.

Exatamente todos aqueles que em poucos anos estarão recebendo seus diplomas do Novíssimo e Revolucionário NEM – Novo Ensino Médio.

Até dias atrás comentávamos sobre a geração dos NEM NEM, dos que nem estudam e nem trabalham. Perfeito. Só que agora ganha um terceiro NEM. NEM, NEM, NEM.

Nem estudam, nem trabalham, mas, agora sim, farão o Novo Ensino Médio, e brevemente se apresentarão ao mercado como os novíssimos e mais que aguardados profissionais empreendedores. O capital humano essencial na SEKS – Knowledge Society, e Sharing Economy.

A sociedade que estamos construindo, onde despendem-se os empregos, onde o principal capital das empresas, na Knowledge Society, é o conhecimento, e a forma de empreender e produzir, na Sharing Economy, é por parcerias.

Se tudo seguir como está caminhando, teremos muito a comemorar com os NEM, NEM, NEM... Nascendo um Brasil, finalmente, olhando para o futuro, e dando fim, para sempre, ao vício e fascínio por retrovisores...

Francisco Alberto  Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br