O avanço das mulheres à frente das entidades empresariais

O avanço da participação das mulheres no mercado de trabalho, confirmado por recordes crescentes registrados nas estatísticas oficiais, tem registrado, como uma das principais conquistas, o crescimento da presença feminina em cargos de liderança, tanto no setor público quanto privado – cenário este que levou o Brasil a ficar em terceiro lugar no ranking dos países membros do G20 no quesito de mulheres em cargos de liderança, segundo o levantamento divulgado em 2024.

A indústria da comunicação, como setor que ajuda a construir referências de inovação e de evolução social, tem acompanhado, e ajudado a impulsionar, este movimento, promovendo a ascensão crescente das mulheres à frente das entidades empresariais, uma área historicamente dominada por homens. Expressão desse avanço, a ‘Confraria das Mulheres Dirigentes de Entidades’, criada pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), em 2023, da qual faço parte e que reúne 24 executivas que estão à frente de entidades empresariais, entre elas: Andrea Weiss, diretora da ABOOH; Marianna Souza, CEO da Apro; Heloisa Santana, presidente-executiva da Ampro; Juliana Albuquerque, vice-presidente executiva do Conar; Mariana Panhoni, diretora-executiva da Abap e Sandra Martinelli, CEO da ABA.

A Confraria foi criada com o objetivo de fomentar a união, a colaboração e o fortalecimento mútuo entre as mulheres, estimulando o empoderamento e inspirando avanços na valorização do papel das mulheres em cargos de lideranças em instituições empresariais. Trata-se de um fórum no qual as mulheres compartilham seus desafios, que ainda são inúmeros, como preconceito e resistência a mudança, e discutem, com outras profissionais, as dores do dia a dia da jornada da liderança feminina em ambientes predominantemente masculinos, a qual pode ser uma jornada solitária.

O fato de termos 24 entidades em que mulheres são líderes reflete tanto o avanço na equidade de gênero quanto a transformação na condução da gestão dentro dessas organizações. O papel das mulheres como presidentes, CEOs e diretoras executivas tem se tornado cada vez mais relevante, trazendo novas perspectivas e habilidades para a administração dessas instituições.

Acreditando no poder da colaboração coletiva, discutimos os desafios enfrentados na gestão das entidades, encontramos soluções conjuntas para problemas em comum e, principalmente, buscamos promover um ambiente mais inclusivo e inovador para as futuras lideranças femininas. Esses encontros têm se tornado cada vez mais frequentes e, inclusive, realizamos encontros distintos: os focados em soluções empresariais e que são chamados “Com Sapato”, e os encontros mais informais, ou “Sem Sapato”, para falar sobre aspectos mais pessoais e vida cotidiana.

Esse tipo de iniciativa é um importante apoio para todas as integrantes, possibilitando o fortalecimento de laços de confiança e parceria. A interação proporciona troca de conhecimento, assim como fornece insights para superar desafios e promover mudanças dentro das respectivas entidades.  Além disso, estimula a discussão sobre a importância da união das entidades associativas. A colaboração entre diferentes instituições empresariais pode ser um caminho essencial para fomentar um ambiente mais justo, diverso e produtivo, beneficiando tanto as lideranças femininas quanto o mercado como um todo.

O avanço das mulheres à frente de entidades empresariais é uma realidade crescente, mas ainda há muito a ser conquistado. Através da união e da troca de experiências, vamos demonstrar que a força da colaboração pode ser um diferencial poderoso na construção de um futuro mais igualitário.

Patricia Alexandre é diretora-executiva do Sinapro-SP