Ano passado em uma pesquisa da Fujitsu, constatou-se que 70% das médias e grandes empresas da América Latina ainda estavam começando sua transformação digital.

É fato que não existe uma padronização geral do que é de fato uma transformação digital, participo de reuniões que ouço dizerem que ter presença em redes pode ser considerado transformação digital, ou até ter um site mobile, já há quem diga que uma empresa madura digitalmente, tem software de big data em cada setor da empresa, coletando, organizando e extraindo insights valiosos sobre sua marca, padrões de consumo e diversas outras coisas.

Na paralela disso tudo, tem nosso mercado de comunicação que também tem visões diferentes inclusive de entregas de serviço quando mistura o – ainda famigerado – on e off. Esses dias participei de uma reunião onde a agência mostraria como foi a sentimentalização da campanha, indicando previamente que a mesma foi um sucesso.

Era um campanha de lançamento de um carro.

A campanha performou muito bem, tivemos milhares de comentários positivos, com base  na coletados das redes sociais. Quando chegou no momento do slide com a nuvem de palavras, apareceu brinco, entres outras palavras como lindo, combinou o que nos fez ver slides depois que o sentimento positivo dos comentários se deu pela modelo e seu brinco que super combinava com o look. O cliente percebeu, todos na sala perceberam, mas a mídia seguia defendendo que foi uma ótima campanha.

Veja que não estou aqui criticando ninguém, apenas colocando luz no assunto principal deste artigo que é o fato de já termos hoje, tecnologia, redes sociais, plataformas digitais e formatos de trabalho que nos permita usufruir o tal futuro digital/contemporâneo/big data mas não existem padrões de uso, muitos usam para justificar práticas antigas, outros usam de fato para gerar inteligência, mas que fica em uma planilha nunca utilizada.

Muitas empresas já criaram seus próprios métodos de coletar dados, entenderam que as redes sociais não são apenas canais de mídia e que de fato o TikTok vem aí, assim como muitas agências e fornecedores de serviços de comunicação, o problema é que não se busca muitas vezes, o entendimento principalmente daquele canal ou do uso de uma coisa ou outra.

Em tempos de verbas curtas, automatização de trabalhos humanos e despadronização do trabalho, acessar o futuro demanda não só rapidez mas estrutura e propósito.