120 anos depois, o mega best-seller de Lyman Frank Baum – mais de 100 milhões de cópias – continua vendendo às dezenas de milhares todos os anos. E não existe a menor perspectiva que vá parar tão cedo… No original, primeira edição maio de 1900, The Wonderful Wizard Of Oz; em Portugal, O Maravilhoso Feiticeiro de Oz; no Brasil, O Maravilhoso Mágico de Oz; e nos cinemas O Mágico de Oz.

Frank Baum é da cidade de Chittenango, Nova York, USA, 1856, e morreu na Califórnia, Hollywood, 1919. Quatro filhos homens, e casado com Maud Gage Baum. Sétimo filho de nove e Lyman em homenagem a um tio. Pai rico, com campos de petróleo na Pensilvânia. Estuda na Academia Militar de Peekskill, Nova York, e por um problema no coração volta para casa. Escrevia o tempo todo. Trabalha com teatro, cria aves exóticas, e mais adiante cuida de uma rede de teatros que pertencia a seu pai.

Em 1888, com Maud mudam-se para Dakota do Sul, onde tinham um bazar. Mais adiante fixa residência em Chicago, trabalha como repórter para o The Evening Post. Em 1900, vive sua epifania, escreve O Mágico de Oz, em parceria com o ilustrador William Wallace Denslow. Despede-se em 5 de maio de 1919, em decorrência de um AVC – Acidente Vascular Cerebral.

O livro vira filme em 1939. Começa em preto e branco, e depois de alguns minutos ganha cor. O primeiro registro de filmes coloridos de verdade da história do cinema. Por essa razão, filme escolhido para a estreia da TV em cores nos Estados Unidos, por começar PB e, de repente, cores. O casting precisa ser refeito. Um outro filme, do mesmo ano, 1939, O Vento Levou, rouba metade do elenco. Poucos meses da estreia eclode a 2ª Grande Guerra. Além da música tema do filme, Over The Rainbow, que domina corações e mentes a partir da estreia do filme, e na voz de Judy Garland, outra música, periférica, brutal, devastadora, na voz de Billie Holiday, que quase nunca conseguia chegar ao final de tão emocionada que ficava, Strange Fruit, descrevendo os negros que amanheciam dependurados nas árvores, faz o contraponto. Over The Rainbow nas superfícies, nas grandes avenidas, e Strange Fruit, nos jazz club, becos, periferias, comunidades, guetos…

De alguma maneira, esses 120 anos que agora se completam encerram um grande ciclo. Que contemplou crises, recessões, duas Grandes Guerras, a reunião de Bretton Woods, a conquista do microchip e do qual decorreu o 4º ambiente do universo, a Digisfera, e agora nos encontramos numa espécie de cais do mundo velho, todos os bilhões de habitantes da Terra, esperando pelo navio que nos levará para o lado de lá. Para o segundo tempo da história da humanidade. Do Admirável Mundo Novo que está nascendo. E que, e de certa forma foi anunciado na música cantada por Louis Armstrong, What a Wonderful World…

Retoma, na letra, o mesmo Arco-íris de Over The Rainbow, mas afirma que as mesmas e lindas cores do Arco-íris, “The colors of the rainbow so pretty in de the sky”, também encontram-se presentes, ao nosso lado, e em todas as pessoas com que cruzamos pela vida, “Are also on the faces of people passing by”…

É, isso amigos. Tenho certeza que a pandemia mexeu com tudo em nossa vida. E muito especialmente com sentimentos definitivos e verdadeiros, provisoriamente esquecidos ou encolhidos num dos cantos de nossos corações e mentes, diante da balburdia e alucinação dos tempos modernos. Mas que a pandemia faz por despertar. Mais que convencido que o verdadeiro caminho e sentido de nossas vidas, seres humanos, a partir desta pandemia, voltam a prevalecer. Como nos ensinou Vinicius de Moraes, “para isso fomos feitos, amar e ser amados…”.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)