Exceto se você vive como um ermitão numa gruta nos mais longínquos cantos do mundo e sozinho, certamente você influencia e é influenciado pelo seu par. Não existe segredo, pessoas influenciam pessoas. Sempre foi assim.

O que mudou é que no mundo digital isso se tornou mais explícito do que nunca. São milhares de pessoas comuns ocupando seu espaço nas redes sociais para expor suas ideias, estilo de vida, opiniões e experiências, sejam para familiares, amigos e, cada dia mais, para quem se interessar.

Contudo, a partir do momento em que abrimos nossas redes para o público em geral, passamos a nos sujeitar ao bônus e ônus desta exposição. Para muitos, ousados e empreendedores naturais, que decidem pelo risco do ônus, oriundo da crítica pública permanente, e têm visão para os negócios, o “bônus” pode ser o incremento de sua atuação, como é o caso dos atuais “Digital Influencers”, ou até a oportunidade de uma nova atividade profissional ou empresarial.

Entretanto, para isso, é necessário dedicar boa parte do seu tempo alimentando suas redes sociais, e com conteúdo que incentive cada vez mais seus seguidores a interagir com seus post’s, stories, vídeos, podcasts e etc. Essa dinâmica pode gerar modinhas, mobilizar multidões por uma causa, ativar negócios, produtos e marcas etc. 

Um influenciador não existe sem sua legião de seguidores, e quanto maior este grupo, maior o sucesso do influenciador. E, a depender das classificações, predefinidas por profissionais da área, é possível que em sua casa, na sua empresa ou no seu grupo de amigos haja um influenciador digital mudando o mundo.

Os anunciantes não demoraram em entender a grande oportunidade que essas pessoas representam. Afinal, não existe nada mais valioso que o “marketing boca-a-boca” e é isso o que acontece quando utilizamos influenciadores para testar e indicar um produto ou um serviço.

Especialistas em marketing digital, diante da transferência da centralidade das mídias convencionais para as novas mídias e, principalmente, para os influenciadores, começaram a tentar entender as transformações provocadas por estes novos atores da comunicação e do marketing e já até criaram categorias, identificando nichos de influência e de investimentos.

De acordo com a classificação de consenso entre os especialistas, se você superar os 1.000 seguidores – número limite para internautas comuns –, entrará para o mundo da influência de valor, que se baseia em volume de seguidores e curtidas. Em minha opinião, assinalo que, a depender da qualidade da influência, acima de 10.000 seguidores já há impacto e pode ser considerado nos planos de marketing. Mas vamos à classificação geral:

  • Nano Influenciadores: De 1 mil a 10 mil seguidores são os internautas que têm boa influência em seu grupo de relacionamento direto e podem ser ouvidos em ideias e preferencias. Por isso, as marcas começam a lhes dar atenção. No mínimo, receberão brindes ao promoverem produtos e serviços.
  • Micro Influenciadores: De 10 mil a 100 mil seguidores, são pessoas que impactam para muito além do seu grupo de conhecidos. Para as marcas, essa audiência é atraente e tem potencial positivo nos negócios. Com isso, elas passam a considerá-lo em seus planos de marketing.
  • Macro Influenciadores: De 100 mil a 1 milhão de seguidores. A pessoa é definitivamente conhecida e têm um lugar de destaque no universo de influenciadores, seja pelas marcas seja pela mídia e, principalmente, por um expressivo número de internautas. Por isso, há investimentos com mais efetividade em suas plataformas ou canais.
  • Web celebridades: São pessoas que superam o um milhão de seguidores, alcançando milhões.  Todos aqueles que eram desconhecidos e forjaram lentamente sua fama na internet. Quando chegam a essa posição passam a ocupar lugar permanente nas opções de investimentos das marcas.
  • Celebridades: São artistas, modelos, políticos e pessoas que por sua atuação são famosos, independentemente da internet, e que a partir das redes sociais ampliaram seu universo de influência. Alcançam muitos milhões de seguidores e, por isso, estão na dianteira dos programas de publicidade.

Embora pareça óbvio que quanto mais seguidores tiver o influenciador, mais adequado ele seja para uma campanha… é preciso ter muita calma nessa hora, sob o risco de o seu investimento não ser bem aplicado.

Vamos lá! Voltemos à qualidade da influência. Não bastam milhares de seguidores. Estes seguidores precisam interagir com o conteúdo postado pelos influenciadores, o famoso engajamento. E isso independe da quantidade de seguidores. Você encontrará influenciador com milhares de seguidores, porém com baixíssimo engajamento e outros com quantidades menores, porém altíssimo engajamento. É justamente por este motivo que a contratação de micros influenciadores é cada vez maior.

Vamos analisar: “Devo contratar um influenciador com um milhão de seguidores, mas baixa interação de seus seguidores ou 10 micros influenciadores, com 100 mil cada, mas alta taxa de engajamento?”

Outra pergunta importante a se fazer é a atenção que o micro influenciador dedicará a sua campanha. Após muita pesquisa sobre que tipo de influenciador realmente gera resultados, na Immakers optamos por trabalhar com micros influenciadores nos projetos junto às agências e anunciantes e isso vem se confirmando assertivo a cada campanha concluída. O fato é que este grupo costuma dar mais atenção às campanhas e gerar maior interação com seus seguidores já que a relação entre eles é mais próxima, mais real. “Tipo uma pessoa normal que consegue arrebanhar 100 mil pessoas?” Sim, é isso. É fantástico!

Agora, no caso de uma celebridade, se ela postar que usa o creme X ou o carro Y isso gera real engajamento? Se o anunciante for checar os comentários dos posts verá que praticamente nada é citado sobre seu produto, mas sim sobre a celebridade.

Os questionamentos são valiosos, mas, como diz minha mãe: “Cada caso é um caso”…

*Fundador e CEO da Immakers – Interactive Media Makers