O Outback brasileiro
Supostamente australiano em sua narrativa original, o fato é que a versão brasileira do Outback é um dos mais emblemáticos “cases” de sucesso no território de lanchonetes e restaurantes.
Um sucesso que é assinado por muitas mãos. A primeira, a do gênio Peter Rodenbeck.
A segunda, do saudoso Salim Maroun, gestor de excepcional qualidade que fez brotar ouro no Outback Brasil como jamais verteu em qualquer outro lugar do mundo.
No ano de 2013, Rodenbeck e Maroun alcançaram o apogeu de suas performances fazendo com que dos 10 Outbacks mais rentáveis do mundo 9 fossem do Brasil.
Peter Rodenbeck é de uma competência e sensibilidade únicas. Primeiro, junto com Greg Ryan, trouxe o McDonald’s para o Brasil, no ano de 1979.
Em 1994, afasta-se da operação e afirma que gosta mesmo é de “experiências novas, diferentes, seja de negócios, lazer ou cunho social, e o meu desligamento aos 55 anos me deixa mais tempo para considerar novas atividades”.
E assim fez. Em 1997 traz o Outback, e, em parceria com sua saudosa companheira Maria Luisa Rodenbeck, traz o Starbucks no ano de 2006.
Voltando ao Outback que de australiano não tem nada. No ano de 1986, o filme “Crocodile Dundee”, inspirado numa história real, batia recordes nas bilheterias
e fez com que quatro amigos se sentassem algumas
vezes em torno de uma mesa para conversar sobre o filme e falar de uma rede de restaurantes que consideravam abrir.
Assim, no clima do “Crocodile Dundee”, os quatro amigos, Chris Sullivan, Robert Basham, Tim Gannon e Trudy Cooper, decidiram fundar o Outback Steakhouse.
Mas, quem de verdade deu vida mesmo e criou o conceito, posicionamento e produto foi o Peter Rodenbeck, com seu querido amigo e executor Salim Maroun.
Conta Peter: “Em meados de 1996, meu amigo Salim Maroun me visita e afirma que iria vender suas lojas franqueadas do Mc, e pensava em abrir e operar um restaurante voltado para a família, com ênfase em carne.
A partir daí e em conjunto fomos pesquisar diferentes alternativas.
O que mais nos encantou no Outback, tanto ou mais que a comida, ambiente e serviços, foi a forma como se estruturava cada operação, e sempre em parceria com as pessoas-chave na operação”.
E a partir daí, e tudo o mais, é história...
Washington Post, junho 2023. Chamada da matéria, “Americano tenta descobrir por que o Outback faz tanto sucesso no Brasil”.
E, assim, Terrence McCoy veio checar, conferir, e escreveu: “No meio da malha urbana da maior cidade do Hemisfério Ocidental, aninhado em um emaranhado de rodovias, existe um shopping center com uma atração sem igual nos Estados Unidos.
O Gigante Starbucks Steakhouse... Reconhecidamente o maior Outback do mundo no ano de 2018 – e mesmo antes disso o mais lucrativo dentre todos –, sua dimensão e história só cresceram de lá para cá...”.
Segundo Terrence, hoje a releitura, interpretação, e execução primorosas de Peter e Salim traduzem-se nos números.
“83% é quanto o Outback brasileiro representa no faturamento da rede americana...”.
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce...”.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br