O poder do borogodó
No momento em que você lê este artigo deve estar acontecendo mais um Borogoday, um evento focado na força da criatividade brasileira. De 1º a 3 de dezembro, 100% online e gratuita, a terceira edição do Borogoday marca também o início das atividades da base da Unesco-Sost Transcriativa no Brasil. A Base Transcriativa fica em Gamboa do Morro, Ilha de Tinharé/BA, ao lado do Morro de São Paulo.
Esta será também a base da Unesco-Sost no Brasil, de cujo conselho eu tenho a honra de fazer parte. Também tenho a honra de ser um dos Masters of Borogodó – MOB e ter uma apresentação incluída na programação do evento este ano.
O evento, que tem como tema Independência ou Sorte? Nunca foi Sorte!, conta com uma programação rica e diversificada, dividida em cinco trilhas de conteúdo: Independência Emocional, Independência Intelectual, Independência Financeira, Independência Profissional e Independência Física. A minha master class tem como título: CRIATIVIDADE + ATIVISMO + ESG = A fórmula do futuro e estará na vertical de Independência Profissional.
Escolhi este tema porque entendo que, mais do que nunca, o mundo precisa de criatividade. E, se ela vem associada a um ativismo propositivo e temperada com os princípios ESG, melhor ainda.
Acredito que na junção desses skills está a fórmula da independência e efetividade profissional, pautada pelo respeito ambiental, responsabilidade social e governança ética e transparente.
Eu me autointitulo um criativista (tenho inclusive este domínio na web), que é um neologismo advindo da junção dos termos criatividade + ativismo.
Um modo de praticar ativismo de forma criativa e positiva. Não o ativismo do “não”, do protesto, da oposição, mas o ativismo positivo, do “sim”, do fazer algo em benefício da sociedade.
Este é o tom da minha masterclass. E, se estamos tratando de skills para o futuro, os princípios ESG não podem ficar de fora dessa fórmula. Daí o tema da minha apresentação. Mas o pano de fundo do evento é o borogodó. Difícil traduzir esse termo.
Nos dicionários, aparece como aquilo que torna algo ou alguém muito atraente, irresistível. Mas nós podemos ir além: ter o borogodó significa ter o dom de atrair, sim, mas, também, de criar situações criativas, que solucionam problemas de forma inusitada. Ou seja, podemos vincular diretamente o tal do borogodó à criatividade.
Aquela criatividade brasileira tão admirada e premiada internacionalmente. Quando nos apresentamos como brasileiros no Cannes Lions, por exemplo, recebemos de volta uma reverência de respeito e admiração. Não à toa, o Brasil é considerado uma potência criativa no maior festival do mundo.
Temos sido, consistentemente, um dos países mais premiados no Cannes Lions, perdendo apenas para os EUA e o Reino Unido. É o borogodó brasileiro!
E a Unesco-Sost Transcriativa pretende usar todo esse potencial criativo para contribuir na solução de problemas brasileiros.
Os líderes da Transcriativa não cansam de afirmar que o borogodó é um dos principais ativos brasileiros.
É o que nos diferencia de outros povos com atitude mais cartesiana. Não que isso tenha sido suficiente para nos trazer uma condição de vida privilegiada. Mas talvez seja a forma descuidada e pouco efetiva de utilizar esse diferencial.
É chegado o momento de sistematizar o borogodó, tratando-o com seriedade, sem perder a espontaneidade e o espírito criativo natural do brasileiro.
É a hora de colocar o borogodó no centro da estratégia, visando a um conjunto de soluções para os problemas brasileiros, além da potencialização dos nossos aspectos positivos.
A Unesco-Sost Transcriativa já tem o seu conjunto de lentes e um grupo de pessoas (conselho) dispostas a dedicar tempo e atenção para as questões brasileiras mais prementes. Mas, por trás de toda essa sistematização, está uma força maior, está o poder do borogodó!
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br