O que a Black Friday pode oferecer?
A Black Friday chegou ao Brasil em 2010, mas começou a ganhar tração há 10 anos, quando grandes varejistas iniciam ações de marketing e vendas. A data cresceu muito e chega a se equiparar ao Natal. Ao longo do tempo, diversos setores foram entrando no jogo, como o setor de serviços, lazer e turismo e as oportunidades se multiplicaram.
Em 2021, a data gerou um faturamento de R$ 5,4 bilhões. No ano passado, o ticket médio, segundo o Reclame Aqui, foi de R$ 654,00, com um crescimento de 7,2%, se comparado a 2020. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projeta um faturamento de R$ 6 bilhões para 2022.
Um dado que não há em nenhum lugar é o potencial subutilizado da Black Friday brasileira. Esse faturamento robusto é conquistado com muito esforço e competição, mas como as empresas podem melhorar? Os consumidores colocaram a data na previsão de compra do fim do ano e o maior desafio é comunicar as ofertas e conseguir se diferenciar da concorrência. Mapeei sete pilares fundamentais para ajudar as empresas a capturarem todo o potencial existente.
É preciso gerar expectativa com teasers, envolvendo os clientes e aumentando a ansiedade pelas grandes ofertas, que serão anunciadas em seguida. Envie e-mails e mensagens de WhatsApp, convidando a participar de uma lista exclusiva, onde os clientes recebem, com antecedência, todas as ofertas e descontos adicionais. Para gerar engajamento, ofereça alguns aperitivos, antecipando algumas ofertas. Fuja do congestionamento. Você manterá ações durante a sexta-feira e no dia anterior, mas o consumidor será bombardeado por todos os lados, portanto evite o pico de concorrência e desloque um pouco a data, começando uns dias antes e/ou terminando uns dias depois. Parece óbvio, mas exige um planejamento arquitetado em seus mínimos detalhes.
Busque inovar. A criatividade é sempre uma ferramenta poderosa que te destaca da mesmice da comunicação direcionada apenas aos descontos. São duas alavancas claras e fortes: utilize influenciadores para criarem conteúdos com os produtos e serviços a serem ofertados, mostrando o benefício que eles trazem, e complemente com descontos significativos. Não se esqueça de mostrar ideias de presentes. A segunda alavanca de criatividade é envolver sua marca e seus produtos, no clima da Black Friday.
Mantenha o foco nas boas técnicas. Como diz o meme: “se não tem a manha, chama um profissional”. Na briga de foice da competição, as empresas que não potencializam o ferramental de marketing digital são engolidas pela concorrência. Garanta, por exemplo, o remarketing dinâmico, baseado em listas específicas de acordo com os interesses dos clientes.
Garanta uma excelente experiência de compra. Invista na velocidade dos seus canais, tanto para o desktop, quanto para o celular. Os canais precisam estar disponíveis e o processo de checkout acontecer com facilidade. Seja online, offline ou por sinal de fumaça, tenha uma experiência impecável. Não se esqueça que as suas maiores margens virão em outras datas, com clientes conquistados nesse período.
Ofereça descontos reais. Por mais óbvio que pareça, não é a realidade encontrada em todos os anunciantes. Fuja dos 50% de desconto sobre o dobro. Torne atrativa a compra em uma unidade, não a partir da segunda. Busque a venda no curto prazo, mas não se esqueça que o valor maior está na relação de longo prazo com seus clientes.
Felipe Bogéa é professor de pós-graduação da ESPM, FGV e sócio da agência F2F
felipe.bogea@f2f-digital.com