O século do vídeo: uma revolução no marketing de conteúdo digital
A trajetória da publicidade pode ser resumida assim. Até o final do século 19, quando as transformações culturais e sociais tinham longo tempo de maturação, a divulgação de marcas, produtos e campanhas era estática, através de anúncios enquadrados em diferentes espaços em jornais e revistas. Em grande parte do século 20, com o advento e a influência dos recursos do rádio e da televisão, em uma época de mudanças mais rápidas, mas com a vida ainda razoavelmente previsível, os conteúdos se tornaram mais dinâmicos, atraentes, com farto uso de música e imagens em movimento, mas ainda em um formato analógico. No século 21, bem, a conversa passou a ser outra.
Com o rápido avanço tecnológico, induzindo transformações culturais e sociais em igual velocidade, e em tempos em que as incertezas econômicas, políticas e em qualquer outra dimensão se tornam a única certeza, o vídeo se consolida cada vez mais como o principal canal para a veiculação e fidelização de marcas. Sim, o atual pode ser definido como o “século do vídeo”, e seu domínio, o seu bom uso, absolutamente essencial em qualquer estratégia de marketing de conteúdo que se deseja bem sucedida. Não conhecer ou reconhecer as dinâmicas de produção do vídeo, o seu potencial para atrair e manter audiência, as possibilidades que abre em termos de distribuição e monetização de conteúdos, em uma economia digitalizada, é estar fora do jogo, e de um jogo bilionário.
Se esta era uma tendência inequívoca antes da pandemia, a ascensão e domínio do vídeo se tornaram irreversíveis com a eclosão da grave crise sanitária global provocada pela Covid-19. Um dos impactos da pandemia foi a aceleração da digitalização em todos os setores econômicos, incluindo a rápida evolução do e-commerce. Outro efeito, derivado do confinamento e da drástica restrição na mobilidade, e também da própria e necessária procura por informações imediatas sobre os rumos da pandemia, foi o aumento da conexão das pessoas com os meios digitais. Neste cenário, o vídeo se fixou como a grande estrela no firmamento do marketing e seu brilho só está começando a aparecer.
Alguns estudos ratificam a vocação do vídeo para o top da publicidade no século 21, sobretudo em razão das múltiplas consequências da pandemia de Covid-19. O investimento maciço em Internet, no marketing digital, foi identificado por exemplo em estudo do Cenp-Meios, que integra o Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário. Levantamento feito com base em informações fornecidas por 298 agências mostrou que, apenas em 2021, foram investidos R$19,7 bilhões em mídia, um aumento de 38,8% se comparado a 2020 e de 12,4%, se comparado a 2019, quando ainda não havia pandemia. Esse incremento no investimento, segundo os dados do Cenp-Meios, foi praticado sobretudo no âmbito da Internet.
Se estamos falando em maior investimento em marketing digital, estamos tratando, particularmente, da dominância do vídeo. Números da Social Media Today revelaram que cerca de 90% dos usuários desejam ver marcas utilizando mais vídeos. Do mesmo modo, o relatório de 2022 de videomarketing de Wyzowl, que traz dados detalhados desse mercado desde 2015, mostrou que 86% das empresas pesquisadas usaram o vídeo como ferramenta de marketing. Um dos poderes de atração do vídeo é sua capacidade de retenção. Dados da Online Publishers Association, atual Digital Content Next (DCN), mostraram que 80% de quem navega na Internet se lembra de algum anúncio em vídeo visto no último mês. Número nada desprezível em estratégias para fidelização de marcas, nos voláteis tempos atuais.
O potencial de monetização derivado do vídeo aos produtores de conteúdo, sites, portais e mesmo às marcas é igualmente impressionante. A mesma pesquisa de Wyzowl indicou que 86% das empresas que empregaram o vídeo em suas estratégias de marketing registraram nítida evolução no seu tráfego orgânico.
Estudo ainda mais recente da IAB, desenvolvido pela Kantar Ibope Media, lançado no final de junho deste ano, reforça a tendência de crescimento da publicidade digital. Aumento de 27% em 2021 em relação a 2020, em um total que ultrapassa os R$ 30 bilhões. Com um importante destaque: o vídeo representa 37% desse investimento, superior a qualquer outro formato.
Para as marcas, cresce o apelo e a necessidade de conteúdos de vídeo em sites e portais, fontes seguras de informação e com boa audiência, indispensável para quem busca maior engajamento e cobertura.
O horizonte de utilização do vídeo é muito mais amplo do que o gigantesco campo das mídias sociais. O seu uso como ferramenta de informação nos sites e portais de conteúdo e, indo além, como uma possibilidade que se abre para as marcas protagonizarem seus conteúdos de marca, tem um grande caminho a percorrer. Estudo recente também realizado pela Kantar Ibope Media aponta que as marcas pretendem aumentar em 76% o valor investido em anúncios de vídeo só em 2022. Um número importante que reforça o poder e a influência em atuar com Branded Content em vídeo para o sucesso e maior exposição de imagem.
A aventura do vídeo no século 21 está no princípio. Ganhos incomensuráveis em reputação, fidelização, monetização, fixação de narrativas, difusão de conteúdo e outros, possibilitados pelo vídeomarketing, estão hoje ao alcance das marcas, mas é fundamental considerar a expertise no segmento, a experiência de quem já desenvolveu conhecimento nas ferramentas necessárias para a conexão entre marcas, publishers e audiência. Em um período histórico em que a proliferação de fake news e ataques cibernéticos não podem ser desconsiderados pelas marcas e publishers, é vital que o vídeomarketing seja praticado com segurança, o que também remete ao imperativo de verificação da expertise existente.
E, quando falamos nessa expertise, é importante às equipes de marketing dos anunciantes e mídia das agências a atuação com empresas que coloquem à disposição dos clientes um portfólio completo com vários recursos desenvolvidos, em termos de utilização de vídeo no ambiente de uma plataforma que promova o equilíbrio entre anunciantes, publishers e a audiência, com soluções que envolvam tecnologias proprietárias e, portanto, muita inteligência aplicada. Assim, bem-vindos ao maravilhoso e inesgotável universo do vídeo!
Riza Soares é CEO da Alright