Oportunidades para campanhas
Não sei por que raio de motivação (ou falta de), certas instituições brasileiras, cercadas de controvérsias, não fazem campanhas publicitárias para salvaguardar suas imagens dos ataques à direita ou à esquerda? Senão, vejamos: universidades públicas. De um lado, são tidas como notáveis centros de pesquisa e, socialmente, oportunidade única de jovens pobres terem acesso a um ensino superior de qualidade. De outro, antros de gente elitista, preguiçosa e arruaceira, e, politicamente, locais de doutrinação de esquerda.
Igreja neopentecostais. De um lado, apenas exemplos bem-sucedidos de exploração da fé dos humildes para enriquecimento pessoal de seus pastores. De outro, organizações que beneficiam milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade no mundo inteiro. Movimento dos Sem Terra. De um lado, bando de invasores de terra e formadores de milícias de esquerda. De outro, responsável pelo assentamento de mais de 400.000 famílias em latifúndios improdutivos, proporcionando condições de produção de alimentos saudáveis.
Indústria da moda. De um lado, culto à futilidade, imposição de padrões estéticos e geração de discriminação social. De outro, oportunidade de empreender, construir carreiras, gerar emprego e riqueza para o país.
Jornalismo. De um lado, informação essencial para a consolidação de uma sociedade livre e democrática. De outro, instrumento de manipulação social e servilidade política e econômica. Sindicatos de empregados. De um lado, espaço para gente esperta, mais interessada em fazer política do que promover justiça trabalhista. De outro, meio de fortalecimento de categorias profissionais na reivindicação de suas demandas. Serviço público. Horda de funcionários acomodados na estabilidade, trabalhando pouco e custando caro ao Brasil. De outro, gente responsável por fazer o país funcionar, em favor de toda a sua população.
Forças Armadas. De um lado (imagem consolidada nas trapalhadas do governo do Bozo), gente incompetente, privilegiada e ameaça permanente ao estado democrático de direito. De outro, garantia da soberania nacional, força de trabalho em permanente atividade no país inteiro e oportunidade para jovens desenvolverem aptidões, senso de disciplina e de responsabilidade.
Poderia listar muitas outras instituições aqui que, certamente, precisam trabalhar melhor a sua comunicação e conquistar o respeito e admiração da população brasileira. Acredito que se investirem em suas imagens, diminuirão bastante o espaço para discursos de cunho puramente político-ideológicos, que visam muito mais a confundir do que esclarecer.
Campanhas profissionais e isentas de motivação partidária certamente contribuirão muito para o desarmamento dos espíritos, hoje açodados por debates descompromissados com a verdade. Fica a sugestão para que boas agências se mobilizem na busca dessas “contas”.
Seria muito bom para a autoestima dos brasileiros enxergar, com transparência, as qualidades e os benefícios que essas entidades proporcionam, sendo crível que as proporcionem. Talentos para esse trabalho não nos faltam. O que falta, provavelmente, é uma cultura de comunicação a ser desenvolvida.
Stalimir Vieira é diretor da Base de Marketing
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