Certamente um dos termos mais usados ultimamente é retomada. Passados 3 meses de quarentena, tudo o que se deseja agora é enxergar um caminho de volta a uma condição minimamente sustentável para os negócios. Já sabemos que esse caminho precisa ser repavimentado.

Não bastará pegar a mesma estrada repisada de antes. Será uma busca pelo tal do “novo normal”. Está claro que muita coisa não precisará mudar. Aliás, não deveria ter mudado ou sequer parado. Todas as empresas bem-sucedidas sabem que a comunicação é fundamental em quaisquer circunstâncias. Muito mais em períodos turbulentos.

É preciso manter a conexão com o consumidor sempre. Mas sabemos que uma crise como essa, que exige revisão de comportamentos e restringe movimentos, pode ser confundida com paralisação. Mas era necessário deixar de fazer publicidade, promoções de vendas ou programas de incentivo, por exemplo?

Ao contrário, era a hora até de intensificar essas ações para manter a chama acesa, para motivar colaboradores massacrados por notícias desalentadoras diárias. O que impede (ou impedia) as empresas de continuar realizando essas atividades? Alguns poderão alegar uma grande queda de faturamento. Sim, mas não é exatamente nesses momentos que temos de fazer um esforço especial?

É claro que não vai dar – salvo boas exceções – para fechar no azul em 2020. Mas o pânico, e uma consequente imobilização, podem levar as empresas a um vermelho mais profundo. Ganhará tração na retomada quem não desligou o motor, que está pronto para acelerar. Não será fácil, é claro. Foram três meses muito impactantes e a retomada não será de supetão.

Há muitos protocolos a serem seguidos e a abertura deverá ser gradual, principalmente daquelas atividades que dependem fundamentalmente da aglomeração de pessoas. Mas é alentador ver o bom senso de alguns governantes em começar a ver a distensão da quarentena, mesmo num quadro ainda bastante preocupante da pandemia. Os governantes devem agora pilotar dashboards mostrando indicadores que permitam um controle de abertura. São números difíceis de analisar porque estamos tratando de leitos de UTI, de mortes… Mas é preciso serenidade para agir de forma propositiva, mesmo no meio de tantos problemas. É preciso começar a vislumbrar a estrada de saída.

Repito: essa estrada não necessariamente será uma de retorno, de volta. Talvez seja um novo caminho, apontando para outras direções. Na verdade, quem não ficou imobilizado de medo, enxergou atalhos importantes. Ouvi de muitos empresários a expressão “3 anos em 3 meses”. Muitas empresas aceleraram projetos de digitalização, por exemplo, que já estavam planejados, mas foram positivamente catalisados pela crise.

O que mais se ouve agora é reinvenção, renovação, disruptura, evolução, transformação e até renascimento, porque para alguns foi preciso rever do zero seus conceitos e processos. Os sinais de retomada começam a ficar mais claros.

Gostei de receber um convite para um evento em um hotel. Sim, será um evento num hotel ainda em adaptação para retomar suas atividades. Mas lá estarei para testemunhar a realização de um evento híbrido, planejado com rigor nos protocolos. Iremos em um ônibus totalmente higienizado, preservando distâncias seguras entre os passageiros, e no hotel localizado na Grande São Paulo seremos palestrantes e debatedores, usando uma estrutura concebida para essa situação.

É claro que a audiência ainda será remota, preservando o isolamento social. Também sou o coordenador de um outro evento com tais características, que será realizado em meados de julho, também em um hotel da capital.

Em São Paulo, os governantes entenderam que as feiras e exposições, tão importantes para a mobilização da economia, poderão ser retomadas.

Enfim, a estrada da retomada está sendo pavimentada e precisamos estar preparados para transitar nela com segurança, mas com coragem e cabeça erguida, para se enxergar adiante.

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) alexis@ampro.com.br