Profissionalismo público
A gestão é uma questão de bom senso. Quando essa métrica não é seguida, o caminho da insensatez é pavimentado. Em simples busca no Google logo descobrimos que a administração equilibrada é uma ciência porque se orienta por métodos, pesquisas e experimentos. As hipóteses podem levar a possíveis soluções, mas só como base para insights.
O poder público, apesar do contorno técnico que deveria norteá-lo, na maioria das vezes é permeado pela subjetividade e não pela ponderação prática. Nem sempre a técnica vai prevalecer. O improviso é uma arte para solucionar algo inédito, inesperado ou desconhecido. Assim sendo, o que justifica a tomada de uma decisão é a necessidade de acabar com desconfortos.
Na administração pública, fica claro que é mais do que urgente revisar sua estrutura. No caso brasileiro, o peso da máquina vem sufocando a livre iniciativa. Hélio Beltrão cantou a bola quando foi nomeado ministro da desburocratização. Houve avanços, mas a passos de tartaruga.
Essa lentidão inviabiliza decisões que empacam no Legislativo devido a interesses e falta de comprometimento público. A ideologia política se faz presente nas emendas de relator, não identificadas, e outros artifícios para nutrir bases eleitorais visando reeleições. É a conduta do toma lá dá cá.
Nesse 2022, se celebram os 200 anos da Independência do Brasil. Boa oportunidade para se jogar luz à necessidade premente de resgatarmos o conceito de política de Estado e não do partido que está no poder. O mérito de um bom gestor é não ignorar o que já foi feito de bom por meio de teses que só aumentam a carga de empreendedores e trabalhadores, forças motrizes indispensáveis a qualquer nação desenvolvida.
O Brasil está precisando de gestões públicas menos dependentes de cartilhas ideológicas que tanto atormentam povos. Apesar de visões políticas antagônicas, Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos sem desfazer decisões do ex-presidente Donald Trump.
Claro que houve decisões que precisaram de revisão. E sempre haverá. Mas a tradição da administração pública americana impede que acertos de um governo sejam desfeitos pelo próximo pelo simples fato de estarem em lados políticos opostos.
Se o Brasil não é país para amadores, chegou a hora de cobrarmos mais profissionalismo da administração pública para que não ocorram retrocessos em alternâncias de poder.
***
Dia do Publicitário
Matéria de capa desta edição do PROPMARK traz uma reflexão sobre como é liderar equipes frente aos desafios impostos pela nova realidade pós-pandemia. Em especial em homenagem ao Dia do Publicitário, comemorado em 1º de fevereiro, executivos de agências falam dos impactos da nova realidade e as estratégias para comandar no modelo híbrido de trabalho.
Opinião praticamente unânime entre gestores de agências é que liderar a distância exige habilidade para manter o foco dos colaboradores. “No home office é preciso um controle maior sobre o que está acontecendo e sobre o que é preciso fazer, porque as coisas se perdem nas diferentes conexões. No presencial, esse follow up é mais simples, mas exige um maior jogo de cintura e uma comunicação mais fluida”, aponta Márcia Esteves, CEO da Lew’Lara\TBWA.Boa comunicação, flexibilidade, postura colaborativa e relacionamento interpessoal serão fundamentais de agora em diante, acredita Dani Ribeiro, ECD da Publicis: “Do ponto de vista da gestão, ouvir, ouvir, ouvir e falar com clareza. Não estar presencialmente no cenário das ações e questões quando elas ocorrem exige mais empatia e muita escuta ativa. A gente controla o que diz e não o que o outro escuta, e a comunicação eletrônica dá mais espaço para mal-entendidos”.
***
Brasileiros no D&AD
A organização do D&AD Awards revelou na última semana os nomes dos jurados no Brasil e na América Latina que vão compor os júris da edição deste ano do festival, que mais uma vez será realizado online “para garantir a segurança dos seus membros, júris e participantes”, como pontua o comunicado do evento, que será realizado em 25 e 26 de maio.
Há 22 brasileiros na lista, sendo dois deles presidentes de júri: Fabiano Broki, da Lobo, que vai comandar o julgamento das peças em Animation; e Diego Machado, da AKQA, que será presidente do júri de Experiential. Entre os 22 selecionados, há muitos deles que atuam fora do país e vão representar a região Latam e os mercados onde trabalham. O número impressiona e demonstra como o talento criativo brasileiro está realmente espalhado no mundo todo.
A partir de fevereiro, o PROPMARK estreia uma série de podcasts com os jurados brasileiros do festival, que inclui nomes como Mariana Sá, CCO da WMcCann; Sophie Schonburg, diretora-executiva de criação da Africa; e Sergio Mugnaini, CCO da SunsetDDB.
***
Metaverso
O universo do metaverso ainda está sendo tateado por marcas, mas muitas delas estão correndo para sair na frente e explorar a nova tendência virtual. A BMW é uma delas. A montadora apresentou o carro inteligente BMW iX com test-drive ao vivo no metaverso, em projeto cocriado com a Ogilvy Brasil.
A estreia do BMW iX foi realizada no Complexo, servidor de GTA RolePlay da organização brasileira de eSports Fluxo, criada por Bruno “Nobru” e Lúcio “Cerol”, dois dos principais nomes do Free Fire brasileiro. A ação foi apresentada com live dirigida por Nobru e a jornalista Cris Amaral na plataforma de vídeos Twitch.
“Quando o assunto é inovação, a BMW está na vanguarda e foca não apenas nos clientes atuais, mas também nas gerações futuras e fãs da marca, essa é a razão de lançarmos o carro no universo de eSports”, explica Jorge Junior, head de marketing e CRM da BMW Group Brasil.
***
Diversidade
A General Mills, dona de marcas como Yoki, Kitano e Häagen-Dazs, é uma das 47 signatárias do Movimento pela Equidade Racial (Mover). Entre as metas, o projeto prevê 10 mil cargos de liderança para negros até 2030 e oportunidades de educação, empreendedorismo e empregabilidade para mais de três milhões de pessoas. “Temos metas próprias e específicas para contratação de negros e mulheres”, afirma Bruna Gameiro, gerente de RH e D&I da multinacional, em entrevista nesta edição.