Temos um 4º grande banco. E é 100% digital
Ao divulgar os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano, o Nubank revela números exuberantes, e qualifica-se, definitivamente, pela base espetacular de clientes que possui, a ingressar no mesmo ranking onde se digladiam Itaú, Bradesco e Santander.
Vamos aos números. Um lucro no trimestre de quase US$ 450 milhões, uma alta de 11,8% em relação ao quarto trimestre de 2023, e, um salto de 79,1 milhões de clientes para 99,3 milhões. Dias depois de anunciar os resultados, voltou à imprensa para informar já ter superado a casa de 100 milhões de clientes.
Assim, em número de clientes, já é maior que o Santander, e encostou no Bradesco e no Itaú... Ainda distante da Caixa Econômica Federal com mais de 150 milhões de clientes...
Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil levaram décadas ou séculos para chegarem onde se encontram hoje. O Nubank, exatos, 10 anos...
Um exemplo clássico do ensinamento de Jean Cocteu.
“Não sabendo que era impossível, David Vélez, Edward Wible e Cristina Junqueira, foram lá e fizeram...”.
O que os demais grandes bancos do Brasil levaram, em média, um século para construir, o Nubank precisou de 10. Apenas isso. O impacto monumental e espetacular da tecnologia nos negócios.
Qual o sentido das auditorias
Semanas atrás compareceram à CPI da Câmara dos Deputados que investiga o Caso Americanas, dois representantes de consagradas empresas de auditoria. PwC – PriceWaterHouseCoopers, e da KPMG.
Claro, não iriam reconhecer suas culpas, mas simplesmente negaram, ao depor, o sentido, a razão de ser das empresas de auditoria. Quase a dizer, auditoria e nada dá no mesmo, ou, é a mesma coisa.
A representante da KPMG disse sobrarem motivos para repudiar as insinuações contra a KPMG. Afirma que sua empresa, durante os trabalhos realizados, chamou a atenção da Americanas sobre “as deficiências e a necessidade de melhoria nos controles de verbas de propaganda cooperadas...”, e, completou, “nada indicava fraude...”. É exatamente para isso que, em tese, deveriam servir empresas de auditoria, identificar, onde nada indique, a existência da fraude... É pra isso que servem e são contratadas, por dizerem ser especialistas e que nada escapa de seus olhos, conhecimento e controle.
Já o representante da Price, alegando que não compete aos auditores independentes realizarem análises e revisões de todas as transações das empresas auditadas, disse, “Há risco inevitável de que distorções não sejam identificadas...”.
Como assim? Mas não é exatamente pra isso que se contrata especialistas. Para identificar e denunciar o que escapa aos olhos dos demais mortais e não especialistas? Simplesmente, patético.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing
fmadia@madiamm.com.br