No último dia 2/3, tive a oportunidade de coordenar uma masterclass, organizada pela Ampro, sob título Tendências do Live Marketing.

O evento online teve mais de 600 inscrições e contou com a participação de três grandes especialistas do mercado de live marketing: Alexandre Mutran, atual head de comunicação de marketing da Aon, com passagem recente pela Globo e professor de pós-graduação; Paulo Focaccia, sócio-fundador do FAS Advogados e um dos maiores especialistas nos aspectos legais do live
marketing; e Regis Duarte, diretor da Creata e professor de MBA.

Considerando as quatro principais vertentes do Live Marketing – Promo & Ativação, Eventos, Incentivo e Trade Marketing –, a masterclass abriu a série de cursos que serão disponibilizados para o mercado a partir deste mês de março, pela plataforma AMPRO Saber.

A discussão sobre tendências é sempre válida: estamos num mercado em constante evolução e é preciso que todos estejamos atentos às novas demandas que surgem o tempo todo.

Como, por exemplo, o ponto destacado por Focaccia: LGPD. A Lei Geral de Proteção de Dados já está vigente no Brasil, embora ainda sem a aplicação de punições, o que ocorrerá a partir de agosto. Segundo Focaccia, o fato de ainda não estarem aplicáveis as sanções e punições não tira o peso da responsabilidade de todos em estar compliance com a LGPD.

Sem a regulamentação das punições, já estamos hoje sujeitos às sanções fundamentadas em outras esferas legais. A questão é séria e há clientes exigindo de suas agências um conhecimento profundo da lei, de modo a garantir que as ações criadas estejam compliance, já que todos os envolvidos são solidários: clientes, agências e fornecedores.

E a multa pode superar R$ 50 milhões, fora a possibilidade de ficar impedido de lidar com dados, o que poderia inviabilizar a operação dos envolvidos. Enfim, a LGPD é uma novidade que exigirá grande movimentação do mercado e todos os stakeholders devem se preparar para evitar problemas. A propósito, a plataforma AMPRO Saber prevê a realização de dois cursos sobre a LGPD. No vasto e prejudicado campo dos eventos, foram discutidas as tendências em torno da realização dessas atividades após um processo eficaz de imunização (que esperamos que ocorra o mais rápido possível).

Os eventos presenciais retornarão com a mesma força depois da imunização em massa? Mutran reconheceu a dificuldade de se fazer previsões no meio de tanta incerteza. É previsível que os eventos banais migrem definitivamente para o virtual.

Mas os eventos especiais deverão ser objetos de grande estudo para se definir o que deve ser presencial e o que pode ser virtual. A experiência pode ser rica nessas duas vertentes. Há uma clara tendência para soluções híbridas, conjugando experiências presenciais com o alcance do streaming. Mutran também dará um curso sobre Eventos, onde se aprofundará sobre o tema.

E, por fim, mas não menos importante, falou-se de Incentivo e de Trade Marketing, este também impactado pela necessidade de se abrir frentes online para atender às necessidades de viabilização de negócios, frente às limitações impostas pela pandemia. Embora o e-commerce represente apenas 10% do total do comércio, a pandemia acelerou e catalisou processos em busca do tal omnichannel.

“Projetos que durariam anos foram efetivados em meses, por conta da necessidade”, afirmou Regis Duarte. Quanto ao ponto de venda físico, não há dúvida que deverá haver uma preocupação que extrapola as boas instalações e a variedade de produtos a bom preço.

“As pessoas não precisam mais ir às lojas. Elas têm de querer ir às lojas”, diz Lee Peterson, um dos maiores especialistas de trade marketing no mundo. No que concorda plenamente, Regis.

A conclusão é óbvia: não há modelo confortável em qualquer vertente do live marketing. Precisamos estar atentos e dispostos a buscar qualificação e atualização todo o tempo. Essa é a tendência inexorável!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)