Ufa! Aparentemente estamos finalmente conseguindo domar a pandemia. Depois de uma fase inicial errática e mal coordenada, parece que entramos nos eixos com uma vacinação em ritmo e quantidade adequados para obter uma imunização eficaz ainda este ano em todo o Brasil. Admito que já ocupei este espaço com um otimismo exagerado, prevendo uma retomada que acabou não acontecendo.

Mas reconheçamos também que o desconhecimento dessa pandemia nos levou – todos, inclusive especialistas – ao erro e a previsões desencontradas.

Fomos do negacionismo ao pânico. Infelizmente, os mais pessimistas (ou realistas) estavam certos e os efeitos da pandemia foram mais impactantes do que os esperançosos e otimistas desejavam. E lá se foi mais de 1 ano e meio de desespero para alguns e de preocupação para todos.

Algo inusitado na história moderna. Mas finalmente temos um horizonte mais sombrio e, se contrapondo à queda do número de infectados, sobe outra vez a curva da esperança de uma retomada consistente. Em artigo anterior, usei o prefixo Re para ilustrar esse momento.

Falei de Revisão, Redescoberta, Reinvenção, Renovação, Resiliência, Retomada, Renascimento… Hoje, neste artigo, quero usar o prefixo para mais um termo: Recomeço. Que tal se encarássemos o que está por vir como um recomeço?

Não uma simples retomada, partindo do mesmo ponto em que paramos, mas um recomeço em novas bases. Ninguém tem dúvida de que, junto com as mazelas da pandemia, vieram também aprendizados importantes. Não vamos ignorar esse aprendizado.

Acho que foi de Churchil a frase: “Não podemos desperdiçar uma crise”. Nos países em que a pandemia já está sob controle, vemos uma euforia desmedida.

É até justificável ver estádios lotados com um público em transe, numa atitude quase catártica, todos se abraçando efusivamente na vitória do seu time. É compreensível também ver espaços de entretenimento lotados nesses países com as pessoas parecendo querer tirar todo o atraso da privação de contato e do tal distanciamento social. Estamos todos aguardando esse momento também aqui no Brasil. É preciso continuar adotando protocolos de prevenção, principalmente aqui, onde estamos num ciclo descasado com a Europa e os EUA, por exemplo.

Mas está pintando o recomeço. Corro o risco de, mais uma vez, parecer uma Poliana, enxergando as coisas de uma forma mais positiva que a maioria. Mas é inevitável se encher de esperança outra vez e vislumbrar um recomeço redentor.

E voltamos ao termo Recomeço. No mundo dos negócios, a esperança é que o recomeço marque um novo período de empatia e de respeito nas relações. Junto com a pandemia, vimos crescer uma sigla que tem norteado a atitude de empresas mais antenadas: ESG.

Três letras que podem significar um mundo melhor para todos. Práticas de respeito ambiental, de preocupação social e de uma governança mais ética e transparente podem mudar o mundo. O capitalismo consciente deve substituir o capitalismo selvagem. Nossa esperança é que isso tudo seja pra valer nesse recomeço.

Que as empresas promovam o respeito, o equilíbrio e a igualdade em todas suas atitudes e não só naquelas mais midiáticas. Que haja igualdade de tratamento em todas as frentes. Tratando do setor em que atuo, o live marketing, que as empresas contratantes de serviços sejam sensíveis e justas na relação com seus fornecedores.

Como bem pregou Celio Ashcar, conselheiro da Ampro e player importante na prestação de serviços de live marketing, em artigo recente, aqui mesmo no PROPMARK,
que sejamos todos tratados de forma igualitária, também na hora de contratar.

Esse é o recomeço que desejamos. Vamos nos cuidar mais, mesmo quando essa pandemia já estiver sob controle, e vamos cuidar dos nossos negócios de uma forma mais responsável, respeitosa (lá vou eu com novos Res) e empática. Que seja um bom recomeço pra todos!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)