Web 3.0: A Próxima Grande Revolução?
A internet chegou ao Brasil em 1988, mas começou a ser comercializada para o público em geral em 1994. Para atingir o nível que conhecemos hoje, a internet passou por diversas transformações ao longo dos anos, impulsionadas por avanços tecnológicos e mudanças no comportamento dos usuários. Essa evolução transformou o marketing digital, abrindo novas possibilidades e desafios para as marcas se conectarem com seu público. Do nascimento dos portais na Web 1.0 ao surgimento das redes sociais e dos influenciadores digitais na Web 2.0, cada fase trouxe oportunidades únicas para o marketing. Agora, a emergente Web 3.0 promete revolucionar novamente o cenário, com a descentralização e o empoderamento do usuário por meio de tecnologias como blockchain, criptomoedas e NFTs.
Para relembrar, a Web 1.0, no início da internet, era marcada por sites estáticos e conteúdo majoritariamente informativo. Foi nesse período, nos anos 90, que surgiram os portais, como AOL e Yahoo, nos quais os usuários tinham pouca interação, limitando-se a ler e navegar pelas páginas. O marketing digital nessa fase era focado em banners e anúncios em display, com pouca personalização ou interatividade.
A Web 2.0, a partir dos anos 2000, trouxe a interatividade e o conteúdo gerado pelo usuário, inaugurando uma nova era de participação e colaboração online. O surgimento de plataformas como o YouTube (2005) revolucionou a forma como consumimos vídeos, democratizando a produção e o acesso a conteúdo audiovisual. O Twitter (2006), com seus microblogs e mensagens em tempo real, transformou a comunicação e o compartilhamento de informações, criando um espaço para conversas públicas e debates instantâneos. O Instagram (2010), com foco em imagens e vídeos, impulsionou a cultura visual e o marketing de influência, tornando-se uma plataforma essencial para marcas e criadores de conteúdo. O WhatsApp (2009), com sua comunicação instantânea e grupos, facilitou a conexão entre pessoas e empresas, abrindo novas possibilidades para o atendimento ao cliente e o marketing direto.
Essas e outras plataformas não apenas mudaram a forma como nos comunicamos e consumimos conteúdo, mas também alteraram profundamente o comportamento do consumidor e o cenário do marketing digital.
A Web 2.0, com suas plataformas inovadoras e mudanças no comportamento do consumidor, revolucionou o marketing digital, abrindo um leque de novas possibilidades para as marcas se conectarem com seu público. Agora, a Web 3.0 representa a próxima geração da internet, construída sobre os princípios da descentralização, transparência e propriedade dos dados. Nessa nova fase, os usuários têm maior controle sobre suas informações e interações online, enquanto as tecnologias de blockchain e criptomoedas permitem transações seguras e transparentes, sem a necessidade de intermediários.
Essa nova era digital abre caminho para um marketing mais personalizado, autêntico e centrado no usuário, no qual as marcas podem construir relacionamentos mais diretos e significativos com seus clientes. Um exemplo de marca que já está atuando nesse campo é a Nike, com o case dos Cryptokicks, uma iniciativa inovadora que combina o mundo físico dos tênis com o universo digital dos NFTs. Os usuários podem comprar, colecionar, personalizar e até mesmo resgatar tênis digitais exclusivos, criando uma experiência única que une a paixão por sneakers com a tecnologia blockchain. Essa iniciativa pioneira da Nike demonstra o potencial da Web 3.0 para revolucionar o marketing e a forma como as marcas se relacionam com seus consumidores, oferecendo novas formas de engajamento, personalização e criação de valor.
Segundo uma pesquisa da Grand View Research, o mercado global de Web 3.0 já é avaliado em US$ 2,25 bilhões, com previsões de crescimento anuais superiores a dois dígitos.
Você acredita que essa será a próxima grande revolução?
Vitor Miguel é vice-presidente de Data & Business Growth da WMcCann