Oscar 2025: 'Ainda estou Aqui' conquista a inédita estatueta de Melhor Filme Internacional

Filme de Walter Salles desbancou 'Emilia Pérez' e conquistou o prêmio; 'Anora' foi o grande vencedor da noite

O cinema brasileiro fez história: 'Ainda estou Aqui' conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional, neste domingo (2). O longa, dirigido por Walter Salles, venceu 'Emilia Pérez', 'Flow', 'A semente do fruto sagrado' e 'A garota da agulha'.

Em seu discurso, com a estatueta nas mãos, Walter Salles dedicou o prêmio a Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, e também a Eunice Paiva. "Esse prêmio vai para uma mulher que decidiu não se dobrar e resistir", disse o diretor.

Fernanda Torres, que concorria na categoria de Melhor Atriz, perdeu para Mikey Madison, de 'Anora', filme que foi o grande vencedor da noite, com cinco estatuetas: além de Mikey, o longa também venceu em Melhor Filme, Direção, Montagem e Roteiro Original.

Já 'O brutalista' venceu em três categorias, entre elas, a de Melhor Ator, para Adrien Brody.

'Ainda estou Aqui' foi a quinta indicação brasileira na história do Oscar. A primeira aconteceu em 1963, com 'O Pagador de Promessas', de Anselmo Duarte, numa época em que a categoria se chamava Melhor Filme Estrangeiro.

Uma nova indicação aconteceria 33 anos depois com 'O Quatrilho' representando o país. 'O que é isso, companheiro?', baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, voltou a concorrer em 1998.

No ano seguinte, chegava a vez de 'Central do Brasil', também de Walter Salles. Agora, 26 anos depois, 'Ainda estou aqui' colocou o país de volta no seleto rol de finalistas.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, 'Ainda estou aqui' traz à tona a história real da família do autor, filho de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, durante a ditadura militar no Brasil.

Ambientado em 1970, o enredo mostra como a vida de Eunice, uma mulher comum e mulher de um influente político, é transformada após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, ex-deputado federal brasileiro sequestrado pelo regime militar. Diante do desaparecimento, Eunice abandona sua rotina de dona de casa e se torna uma ativista pelos direitos humanos.

A produção é assinada pela RT Features e VideoFilmes, em colaboração com Globoplay, Mact Productions, Conspiração Filmes e Arte France Cinéma.