Outra Praia sonha com Cannes e quer dobrar faturamento em 2019
Dilma Campos: “A gente é muito bom no que faz. A gente não cacareja o quanto devia. O Nizan dizia: ‘Pôs o ovo? Cacareja!’”
Dilma Campos, CEO da Outra Praia, “sonha” em faturar um Leão de Cannes este ano e dobrar o faturamento. Com trabalhos para clientes como Viacom, Discovery e Souza Cruz, entre outros, a executiva falou ao PROPMARK sobre o início de carreira, o passado com Nizan Guanaes e o futuro da área de live marketing no Brasil.
O começo
Com um passado ligado à arte, Dilma começou a trabalhar com eventos ainda na adolescência. “Eu tive o que meu pai chama de ‘sorte’: saber muito daquilo que eu sabia, ter estudado muito e estar no lugar certo. Sorte é você estar preparado para fazer uma coisa e estar no lugar certo”, explica.
Porém, com o passar dos anos, o pai cobrou um diploma. “Evento não é profissão”, ele dizia. Tudo isso aliado a uma carreira como dançarina do Castelo Rá-Tim-Bum onde, à época, ela era uma das passarinhas da atração.
Depois de formada, Dilma exerceu a profissão durante um tempo, mas logo optou pelo mundo dos eventos.
Tudo, Nizan e Dmagrella
Em 2004, Dilma foi para a extinta agência Tudo, do Grupo ABC (hoje incorporada à TracyLocke).
“Logo quando eu entrei na Tudo, o Mauricio Magalhães falou assim pra mim: ‘você precisa colocar isso no ritmo de São Paulo’”, conta. Mal sabia Dilma que o tal ritmo era muito mais soteropolitano do que paulista.
Logo que chegou, a executiva teve de enfrentar Nizan Guanaes. O baiano, preocupado em entregar um evento para o projeto Todos Pela Educação, se reuniu com seu time e, num afã típico de Nizan, demitiu Dilma. “Aquilo me pegou de surpresa”, relata. Ela havia acabado de chegar. “Pensei: ‘eu vou falar com esse cara!’. Apertei o 23º do prédio da Faria Lima e fui”, explica.
“Nizan, é o seguinte, você pode não saber quem eu sou, mas deixa eu te falar o que posso fazer por você”, disse Dilma a um Nizan atônito. Depois de esbravejar, o então presidente da Africa pediu para que ela sentasse no sofá e explicasse a situação. A demissão, de fato, não foi consumada. Foi o primeiro de muitos episódios inesquecíveis. “Aprendi muito ao lado dele”, confessa.
Depois de criar eventos bem-sucedidos para clientes diversos, Dilma se aventurou como sócia da Dmagrella, onde ficou de 2008 a 2012. Uma negociação de venda frustrada ao WPP pôs fim ao período.
Outra Praia e futuro
Em 2013, Dilma criou a Outra Praia e recomeçou sua carreira. A agência nasceu quase que por obrigação, após um pedido da Souza Cruz. “Nunca tinha emitido nem uma nota”, explica.
“A gente é muito bom no que faz. A gente não cacareja o quanto devia. O Nizan dizia: ‘Pôs o ovo? Cacareja!’”, confessa em meio a risos.
Para a CEO, o futuro será focado em conseguir novos clientes e, se possível, ganhar Cannes com um projeto feito para o lançamento do Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil, iniciativa que conta com o apoio de grandes nomes como Luiza Helena Trajano.
O tamanho modesto é visto como vantagem. “A grande vantagem das pequenas empresas é ser diferente, é o ‘pensar sem medo’, atender o cliente de forma personalizada, criar laços e proximidade com ele”, finaliza a CEO.