Paim reforça pesquisas com neurociência

 

A Paim Comunicação, de Porto Alegre, acaba de fechar um acordo inédito com a PUC-RS para o desenvolvimento de estudos e pesquisas na área da neurociência.

Segundo Marcus Paim, especialista em análise de estratégias e consumo e diretor da escola de comunicação Will Meeting School, a neurociência pode ajudar a entender melhor como funciona a cabeça da pessoas e os processos de tomadas de decisão. “Ainda tem um campo não explorado. O estudo não vai revolucionar o mercado, mas pode melhorar a comunicação e aumentar a quantidade de acertos por ter uma base sólida de informações”, explica.

A parceria começou com o evento “Neurociência gestão e sociedade: perspectivas práticas e limites éticos”, realizado no último dia 4, dentro da universidade. O seminário contou ainda com o apoio do InsCer (Instituto do Cérebro), recentemente inaugurado em Porto Alegre, e da Will Meeting School, unidade de ensino da Paim.

Por meio do monitoramento via ressonância magnética funcional, por exemplo, é possível ver o início da atividade cerebral antes da decisão e prever a ação. “É preciso ter responsabilidade e ética. Por isso, escolher uma universidade séria e com credibilidade, que não vai fazer uma pesquisa superficial, é de extrema importância”, reforça Paim.

A primeira fase do estudo, feito por uma equipe interdisciplinar, faz um levantamento de tudo que já foi publicado mundialmente sobre o assunto. Após esse primeiro passo, o grupo irá aprofundar o assunto. A pesquisa — que poderá instrumentalizar decisões em vários campos — será financiada pela Paim. “Bancamos os bolsistas que participarão do estudo e, em contrapartida, seremos beneficiados por ter, em primeira mão, os resultados, que poderão ser aplicados na abordagem com nossos clientes”, justifica.

A neurociência, que é fundamental para entendermos o funcionamento do cérebro e, consequentemente, do comportamento humano, torna-se cada vez mais importante em áreas como economia, publicidade, marketing e comunicação em geral já que, aliando-se à ela, pode-se encontrar novas possibilidades de abordagem e trabalho.

Redes sociais

As redes também foram tema de debate no encontro. O psiquiatra e professor de pós-graduação da Ufrgs, Christian Killing, mostrou estudos que revelam alterações no funcionamento (processos químicos e elétricos) do cérebro dos usuários de tais redes. Alterações boas.

Segundo ele, o cérebro humano tem capacidade cognitiva para lidar com no máximo 150 amigos. Assim, os usuários com mais de mil amigos, por exemplo, têm uma interação real que não passa deste número. Entretanto, quem tem mais amigos desenvolve mais uma área do cérebro, responsável pelas interações sociais. “Quem tem muitos amigos nas redes sociais tem essa parte do cérebro mais desenvolvida”, reforça Paim.