Pane no Speedy afeta publicidade online
Durante 48 horas da semana passada uma pane no serviço Speedy, da Telefônica, paralisou as operações de internet em São Paulo e em mais 406 cidades paulistas. Além dos serviços essenciais da Polícia Civil, bancos, Detran, INSS e Poupatempo que, por exemplo, ficaram completamente paralisados no período. Um total de 2,2 milhões de assinantes do serviço ficaram privados da conexão e, conseqüentemente, dos conteúdos editoriais e comerciais em exibição na rede mundial de computadores.
O presidente do Grupo de Mídia de São Paulo e vice-presidente da McCann Erickson, Angelo Franzão Neto, explicou que o maior problema da pane é justamente o comprometimento dos objetivos de mídia. Ele acredita que muitos planos de comunicação ficaram ineficazes, mas crê que a Telefônica, controladora do Speedy, vai repor e compensar as perdas dos anunciantes.“Quando há queda de energia elétrica, as pessoas deixam de assistir à televisão e de acessar a internet. As empresas de mídia compensam as perdas com reprogramação do plano de veiculação e o não recebimento das faturas desses horários no qual o problema foi configurado. É algo natural. O que não é recuperável é o lado estratégico. Muitas vezes a ação é de oportunidade”, argumentou Franzão.Márcio Oliveira, diretor de operações da Lew’Lara/TBWA, disse que as audiências dos principais portais da internet caíram cerca de 40% durante o problema. O cálculo foi feito pela área de mídia da agência.“A agência não sofreu com o problema, mas nossos clientes e das demais agências certamente tiveram impacto negativo com a a subtração de audiência”, disse Oliveira.
A AgênciaClick, segundo Abel Reis, também não foi prejudicada. “O que ocorreu afetou a rede que atinge os segmentos domésticos e de pequenas e médias empresas. Nossa conexão é outra e, portanto, passamos incólumes”, disse o presidente da agência. A Ginga, do empresário Pedro Murray Priore, não teve a mesma sorte. A pane obrigou a empresa a trabalhar offline, mas não pode interagir com seus clientes via internet. “Nossa veiculação só não teve prejuízo porque usamos provedores estrangeiros. Há muita promessa e pouca entrega nesse negócio de 3G e banda larga. Esse engodo ficou claro com a exposição desse problema. Quantos usuários do Speedy deixaram de ver campanhas na rede?”, questionou Priore.
Paulo Macedo