Pão de Açúcar e Casas Bahia concluem fusão
Após mais de seis meses de negociações, o Grupo Pão de Açúcar anunciou nesta sexta-feira (02) ter assinado com as Casas Bahia um aditivo ao acordo de fusão firmado em dezembro passado, estabelecendo os termos para dar prosseguimento à associação.
Ao solicitar a revisão do acordo, em abril, por se sentir prejudicada, a família Klein (Casas Bahia) apontava o valor do seu patrimônio como um dos principais pontos a serem reformulados.
De acordo com os termos do documento de “cisão parcial”, divulgado nesta sexta-feira, as operações da Casas Bahia serão integradas à Globex (Ponto Frio) – adquirida pelo Pão de Açúcar em junho de 2009 – e às lojas Extra-Eletro do conglomerado do empresário Abílio Diniz, formando a Nova Casas Bahia, que concentrará as operações de bens duráveis.
Durante os três primeiros anos de vigência dos contratos de locação o valor do aluguel dos imóveis – que permanecerão sob controle da família Klein – será fixo, no valor anual total de R$ 140 milhões.
A partir do quarto ano de vigência dos contratos, o valor do aluguel dos imóveis em que estão instaladas as lojas, que corresponde a cerca de R$ 70 milhões, será o maior valor apurado entre o valor fixo corrigido pelo IPCA e o valor correspondente à aplicação de determinado percentual sobre o faturamento bruto.
O novo acordo firmado entre as empresas prevê ainda uma proposta de aumento de capital da Globex de pelo menos R$ 689,8 milhões, por meio da emissão de novas ações.
Em cerca de um mês, os acionistas votarão em assembleia a aprovação da incorporação da totalidade das ações de emissão da Nova Casa Bahia pela Globex.
Após a conclusão da transação, a família Klein deterá 47% do capital de Globex, enquanto o Grupo Pão de Açúcar ficará com pelo menos 52% das ações.
De acordo com os termos do acordo preliminar, assinado em dezembro, o Pão de Açúcar teria 50% das ações ordinárias da Globex mais uma, enquanto os donos das Casas Bahia ficariam com 49% do capital votante.
Outro ponto de divergência entre as companhias envolvia o prazo para que os Klein pudessem se desfazer das ações da nova empresa constituída.
Conforme o acordo revisto, as partes envolvidas não poderão vender ou transferir as ações de emissão da Globex durante dois anos a partir da assinatura do acordo, exceto no caso de oferta pública de ações.
“A partir do 25º mês, as partes estarão livres para negociar as ações de emissão de Globex… qualquer venda de ações de emissão de Globex de titularidade dos sócios de Casa Bahia que exceda 3% do capital social total da Globex apenas poderá ser realizada por meio de oferta pública ou em bloco”, acrescenta o texto.
A partir da assinatura do acordo de acionistas, o Grupo Pão de Açúcar terá direto a eleger a maioria dos membros do Conselho de Administração da Globex, enquanto a Casas Bahia terá participação equivalente ao seu percentual no capital da companhia.
Ainda segundo o acordo, o cargo de diretor presidente da Globex será ocupado por Raphael Klein.
Com informações da Reuters.