Para Fenapro, aumento da Condecine terá forte impacto sobre pequenos anunciantes
Glaucio Binder, presidente da Fenapro
A decisão do governo federal de elevar os valores da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) terá forte impacto sobre os investimentos dos pequenos anunciantes em televisão, por encarecer fortemente a produção dos comerciais, declarou a Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) em comunicado enviado ao mercado.
A medida, que entrou em vigor na semana passada, reajusta em 143% o Condecine Título, e em 28,48% o Condecine Teles, cuja verba é revertida para a Agência Nacional de Cinema (Ancine). Pela lei, a taxa é obrigatória para veiculação de qualquer produto audiovisual, incluindo comerciais de TV aberta, TV por assinatura ou cinema.
“O aumento da Condecine chega em momento muito desfavorável para o mercado, e vai reduzir fortemente a capacidade dos pequenos anunciantes de utilizarem a TV em suas campanhas”, afirma Glaucio Binder, presidente da Fenapro, ao ressaltar que as pequenas empresas de varejo do país são o segmento mais afetado.” Isto vai tirar do pequeno varejista uma importante ferramenta para levar ao consumidor suas ofertas, e concentrará o poder de comunicação nas mãos das grandes redes de varejo, com forte impacto em termos de concorrência e competitividade dos pequenos”, acrescenta Binder.
Embora o reajuste tenha sido feito de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mercado está retraído e sem condições de absorver este aumento de uma única vez, observa Binder. Além disso, o peso da taxa Condecine sobre o orçamento da campanha publicitária de um pequeno anunciante é muito maior do que para um grande anunciante, visto que se trata de uma taxa única e não proporcional ao valor do investimento. “O peso da cobrança da taxa em uma grande produção é irrelevante, mas em uma produção pequena é gigante”, explica ele..
O presidente da Fenapro defende mudanças no formato de cobrança da taxa. “A Condecine poderia ter um valor proporcional ao valor do investimento em produção, inclusive com a criação de uma tabela progressiva para produções a partir de R$ 10 mil até aquelas acima de R$ 100 mil”, diz ele.