Como qualquer novo negócio, as startups também passam por períodos difíceis de estruturação e financiamento. Por se tratar de ideias inovadoras, que ainda não foram testadas, o desafio se mostra ainda maior. Entretanto, o desenvolvimento das comunidades depende dessas novidades para provocar transformações nos modelos de negócios da sociedade.

Empresas de tecnologia, como Google e Facebook, enxergam São Paulo como uma cidade com forte potencial para a economia digital, tornando-se uma escolha natural para abrigar projetos que apoiem as startups.

O Campus São Paulo, por exemplo, é uma iniciativa do Google para empreendedores aprenderem, conectarem-se e criarem empresas inovadoras e de alto impacto. A instalação física tem mais de 2.600 metros quadrados com espaços para eventos, andares para coworking, salas de reunião, além do Campus Café, que recebe 160 pessoas nos dois andares.

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André Barrence, diretor do Campus São Paulo e do Google for Entrepreneurs, explica que o empreendedorismo vem crescendo nos últimos cinco anos, e a companhia viu na cidade a oportunidade de alavancar esse ecossistema. “A escolha foi baseada nesse potencial e na nossa presença cada vez maior no Brasil”, diz. “A alta densidade de empreendedores e a geração de atividade econômica em São Paulo são excelentes para as startups. No entanto, isso não quer dizer que outros ecossistemas brasileiros não possam se devolver”, explica.

Além disso, a cidade tem uma comunidade startup jovem e próspera, com a presença de um escritório do Google para oferecer apoio e mentoria, e também porque as empresas baseadas na capital paulista podem ter um alcance global e gerar desenvolvimento econômico para todo o país e para a América Latina.
Para participar do Campus São Paulo, as startups precisam enviar suas inscrições, que estão abertas até o próximo dia 27. Quando aprovadas, elas se tornam integrantes residentes e podem aproveitar o espaço durante seis meses, esclarece Barrence. Já os integrantes da comunidade podem se registrar de graça no site do Campus e ganhar acesso ao Campus Café, além de eventos e aulas.

Inaugurado em 13 de junho de 2016, ao todo o Campus São Paulo já soma mais de 56 mil inscritos, com um fluxo diário de 600 pessoas. Em tempos de crise, o projeto chega como um ativo que traz soluções expressivas para conhecer o mercado e desenvolver produtos. “Estamos bem satisfeitos com o volume de interessados, com destaque para 35% do público ser feminino. Depois de quatro meses de trabalho, as startups já progrediram na melhoria de produtos e serviços, aumentando as operações e chamando a atenção pela velocidade de crescimento”, explica.

Facebook

O Facebook tem um projeto chamado FBStart com mais de 9 mil startups, sendo 440 delas brasileiras. Em três anos de programa, já foram transferidos mais de US$ 9,5 bilhões em benefícios com pacotes de ferramentas e serviços gratuitos por conta de parcerias com empresas como Adobe, Salesforce, MailChimp e Hootsuite.

Em Paris, por exemplo, a rede social vai abrir sua primeira incubadora de startups. As operações devem começar em abril, com o projeto do empreendedor francês Xavier Niel, que investiu 250 milhões de euros na iniciativa. Será considerado o maior campus de startups do mundo, com mil empresas e terá apoio de especialistas do Facebook durante seis meses.