Personal branding: o que é por que você deveria investir
Roberta De Lucca
Além do currículo, a imagem que um candidato a uma vaga passa na entrevista conta pontos para a contratação. A autoexpressão quando fala sobre suas capacidades, competências e expectativas em relação a um emprego é observada com atenção por quem recruta e, por esse motivo, investir no gerenciamento da autoimagem faz muito sentido. “Quem aplica conceitos de personal branding causa impacto quando sabe explorar corretamente as suas características pessoais”, explica Jonas Abreu, consultor de gestão de imagem e professor da ESPM.
Para impactar, o profissional precisa desenvolver um trabalho de autoconhecimento a fim de se ver sob uma ótica diferente daquela que ele acha correta e que funciona bem, e o personal branding ensina como fazer isso, servindo como um tipo de mapa de autoaperfeiçoamento. “De acordo com a psicologia comportamental, as pessoas têm quatro tipos de personalidade que se baseiam em valores: catalisador, apoiador, carismático ou analítico, e quem entende e se vê nelas tem capacidade de explorar as suas potências para lapidar a sua imagem”, diz Abreu.
Descoberta da personalidade
O catalisador tem comportamento que às vezes escorrega em questões éticas na busca pelo seu próprio espaço devido a uma personalidade mais egocêntrica. O apoiador se doa para os outros e pauta suas ações em valores humanitários. Pessoas como Pelé, Dalai Lama, alguns políticos e artistas, entre outras, entram no rol dos carismáticos. São mitificados, admirados e de maneira geral não são questionados. Já o analítico não decide de imediato. Em vez de agir impulsionado pela emoção, analisa, adia, retarda e é pé no chão. Professores, jornalistas, cientistas e intelectuais integram esse tipo de perfil.
Lapidar o que não pode ser mudado
Quem pretende elaborar a sua imagem pessoal tem de saber que existe algo da sua personalidade que não pode ser mudado e, portanto, o caminho é extrair o melhor dela e as ferramentas do personal branding habilitam esse autoconhecimento de valores combinando-os com a melhoria da imagem. Assim, em uma entrevista de emprego um profissional consegue produzir impacto e, aplicada ao dia a dia do trabalho, essa característica se traduz em uma atuação marcante no seu campo de influência.
Técnicas mais comuns
Uma das técnicas empregadas no personal branding é o elevator pitch, um artifício de vendas adaptado à gestão pessoal de imagem e que, segundo Abreu, é capaz de conquistar um interlocutor em um minuto. Na prática, isso ajuda não só para conquistar um emprego, mas faz do funcionário um gestor melhor, porque o ensina a lidar com os outros individualmente de maneira empática. Como resultado, ele passa a ser admirado pela equipe e por outros, criando um ambiente positivo onde o trabalho acontece.
A ferramenta Feed Back 360 Graus, um formulário avaliador de performance também reformatado para a gestão de imagem, explora as forças, fraquezas, habilidades e a forma sobre como uma pessoa é lembrada, fornecendo pistas importantes para ela se ver como é. “O profissional tem que ter um elevado grau de honestidade, porque trata-se de uma análise que permite um alinhamento da identidade de quem ele acha que é, ou se propõe a ser, com quem ele é no dia a dia e se houver algum lapso entre a proposição e a realidade (quem de fato ele é) o seu interlocutor percebe”, explica Abreu.
Para quem serve
Investir em personal branding pode fazer a diferença para todos os profissionais que buscam boa colocação no mercado e também oferecer ferramentas para quem trabalha na área de Recursos Humanos. Entre os jovens que estão começando a trabalhar isso antecipa alguns processos normalmente atingidos com a maturidade além de ser muito eficiente quando ele precisa de ajustes rápidos para se colocar melhor no mercado.