Lizandra Freitas, CEO da Clear Channel Brasil (Divulgação)

A caminho do trabalho, prestes a viajar, indo para a faculdade, voltando da escola ou apenas durante um passeio. Estes são apenas alguns exemplos de situações que possuem algo em comum: é possível ser impactado pelo meio out of home em todas.

Em 2019, o OOH obteve cerca de 11% de participação no share publicitário, segundo o Cenp-Meios. Número que deve aumentar este ano, conforme opinam especialistas.

“Tudo indica que em 2020 esse percentual ficará acima dos 15%”, prevê Alexandre Cardoso, CEO global da Altermark, agência especializada em OOH.

Alexandre Cardoso, CEO global da Altermark (Divulgação)

“Acredito que 2020 será o melhor ano da história e a nossa luta será por continuar a crescer o nosso ‘share’. Se a mídia OOH conseguir saltar de 11,4% para 15% a sua participação no total dos investimentos publicitários realizados no Brasil em 2020, será uma bela vitória”, opina Daniel Simões, CEO da Eletromidia.

Já para Lizandra Freitas, CEO da Clear Channel Brasil, um dos componentes para que haja tal previsão de crescimento para 2020 é que o meio out of home não para de mudar. “Estamos, a todo o momento, adaptando e desenvolvendo novas possibilidades para atender especificamente a necessidade de cada cliente. Outro ponto fundamental é estarmos sempre atentos aos recursos tecnológicos, que vão desde o touchscreen à integração mobile, passando por sensores de movimento, realidade aumentada, NFC e beacons, entre outros”, explica.

Mesmo sendo uma das mídias mais antigas, o OOH atrai marcas com DNA digital. Não à toa, é cada vez mais comum ver anunciantes como Uber, Google, Netflix, 99, Spotify e iFood no mobiliário urbano das grandes cidades. “A mídia exterior traz mais credibilidade, grandiosidade, awareness e presença. Essas empresas estão investindo mais no meio e popularizando seus serviços a partir da personalização. Segundo o estudo Inside OOH, da Kantar Ibope Media, o investimento de empresas nativamente digitais na mídia OOH cresceu 24%, comparando os anos de 2018 e 2017”, exemplifica Lizandra.

Daniel Simões, CEO da Eletromidia (Divulgação)

Conforme analisa Lucas Rocha, diretor comercial da Otima, o meio atrai anunciantes diversos, pois entrega o que promete e ainda evolui com a tecnologia contemporânea. A empresa terá novidades em 2020 com este foco, como a nova coleta de dados estatísticos através do toque, veiculação por streaming, conteúdo em tempo real, programação de game, câmera fotográfica e telas touch. “Com capacidade para absorver até cem áreas de toque, a nova funcionalidade estará disponível nos principais corredores de ônibus”, revela Rocha.

Na Elemidia, 2020 promete ser um ano de crescimento. Segundo Lucio Schneider, diretor de marketing da empresa, 2019 marcou a maturidade do segmento. “Mostrou nosso poder de entrega combinando relevância e cobertura para todos os tipos de clientes”, celebra. “As possibilidades de customização e segmentação são infinitas quando combinamos nossa inteligência de dados e tecnologia. Podemos entregar conteúdos de acordo com a localização da pessoa, customizar a mensagem para públicos, horários e mindsets diferentes. No final, são inúmeras possibilidades adaptáveis”, comenta.

O meio pode, por exemplo, ir além da mensagem e servir algo para o consumidor. “Cada vez mais, a integração de dados para condicionar e contextualizar informações em tempo real tem sido utilizada pelos anunciantes. Com isso, se pode prestar serviços à população, como por exemplo, informar se em determinado local está chovendo, placar de jogos de futebol, tempo de chegada ao aeroporto e por aí vai. Neste ano, a Prefeitura do Rio de Janeiro usou nossos relógios digitais para alertar a população sobre fortes chuvas”, explica Lizandra Freitas. “Abrigos de ônibus, além de protegerem as pessoas da chuva e do sol, oferecem informações sobre horários e linhas. Temos ativos que disponibilizam internet grátis, recarga de celular, temperatura, hora, entre outras funcionalidades”, acrescenta a executiva da Clear Channel.

Rodrigo Kallas, CEO da Kallas Mídia OOH (Divulgação)

“OOH é uma mídia 24/7. Ninguém desliga e ninguém vira a página. Ela está lá na rua. TV você muda o canal, painel não”, afirma Rodrigo Kallas, CEO da Kallas Mídia OOH, empresa que completou 40 anos de atuação em 2019. O executivo atribui o crescimento do meio à interatividade que ele proporciona.

Plano de mídia 2020

Questionados sobre por quais motivos os mídias devem incluir o OOH em seus planos, os especialistas argumentam: “o meio constitui uma opção sólida para investimentos. Estamos a todo o momento adaptando e desenvolvendo novas possibilidades para atender especificamente à necessidade de cada cliente”, diz Lizandra.

Segundo pesquisa da Kantar Ibope Media, atualmente, o OOH atinge 82% dos brasileiros. “O grande alcance do nosso setor se dá pelo fato de as pessoas estarem mais tempo fora de suas casas, circulando pelas cidades em diferentes meios de transportes e horários. Observando a rotina das pessoas nas grandes regiões, percebe-se que 55% da população passa, pelo menos, uma hora por dia fora de casa e em média uma hora e 28 minutos utilizando meios de transporte diariamente. E o meio está presente na vida das pessoas”, explica a CEO da Clear Channel.

Não incluir o meio no plano de mídia do ano vigente é algo “impensável” na opinião de Rocha. O motivo: “o alcance e segmentação que ele apresenta”. Já para o CEO da Altermark, as grandes marcas estão atentas à proximidade que o OOH possibilita. “Elas querem estar perto e fazer parte do cotidiano dos consumidores. Por isso, temos certeza de que os grandes anunciantes enxergam esse atributo do OOH e em seus planos de comunicação o out of home ganhará ainda mais importância ao longo dos anos”, reflete Cardoso.

“É fato que a relevância do meio continuará crescendo em 2020, a versatilidade do OOH impacta milhões de pessoas e tem grande potencial. Aqui na Elemidia, além do grande impacto, temos um alto índice de atenção e a confiança da audiência que conquistamos ao levar informação e publicidade que agreguem no seu dia a dia. Por isso acreditamos no poder de despertar conversas: seja com o grande público ou combinando inteligência de segmentação”, diz Schneider.

Sobre vantagens do OOH, Daniel Simões enumera algumas: “é a mídia de quem está em movimento. As pessoas saem diariamente para trabalhar, estudar, fazer compras, passear e para muitas outras atividades. O OOH acompanha a jornada do ser humano moderno, que se locomove e sai de casa, pois a sociedade hoje é dinâmica. É uma mídia que está na jornada das pessoas, principalmente em grandes centros urbanos. O segundo ponto é que você não precisa ir atrás de audiência, como os veículos tradicionais, pois aqui ela é garantida, por causa da jornada das pessoas na rua. Como somos um setor que tem um pouco de tudo, com os números que o OOH possui ele acaba se tornando uma mídia de massa muito forte. Além disso, é uma mídia totalmente segmentada. Tem a cobertura da TV aberta, mas a segmentação do digital, falando com cada pessoa diretamente, ou com o todo”.