Placas de rua em SP aguardam regulamentação da prefeitura

Alê Oliveira

Em péssimo estado de conservação, há placas pichadas e apagadas

Por que a mais importante cidade da América do Sul e dona da maior frota de veículos do Brasil tem uma sinalização urbana tão precária? Em muitos casos, as placas de importantes ruas e avenidas da capital paulista encontram-se em péssimo estado de conservação. Tem de tudo: placas com nomes apagados, pichadas, onde simplesmente não dá para ler o que está escrito, levando os motoristas a cometerem infração e piorando ainda mais o já complicado trânsito da metrópole. Os especialistas ouvidos pelo propmark afirmam que a melhor solução é abrir para o patrocínio de empresas privadas. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informa que, por tratar-se de mobiliário urbano, o patrocínio de placas de rua aguarda regulamentação pela Prefeitura de São Paulo. O tempo que o projeto deve levar para sair do papel, porém, não foi esclarecido.

“Não é razoável uma cidade como São Paulo ter uma sinalização tão precária, não tem nenhuma padronização e isso causa inúmeros problemas, como pessoas gerando mais trânsito porque perdem tempo procurando aquilo que não deveria ser procurado. Muitas cometem infração de transito por causa da péssima sinalização”, avalia Marcelo Pontes, líder da área de marketing da ESPM.

Para o especialista, a situação atual trata-se de um descaso público e ele concorda que o melhor caminho é terceirizar para a iniciativa privada. “Certamente se as marcas entrarem fariam um trabalho melhor do que está sendo feito pelo poder público, vide o que foi feito com os relógios de rua. Não é preciso ‘sujar’ o projeto Cidade Limpa. O importante é dar uma padronização melhor e fazer bem feito. Tem placas que não se lê mais nada. É um descaso. Essas pequenas ações conjuntamente passam ideia de uma preocupação com a cidade”, destaca Pontes.

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Rodrigo Kallas, do Grupo Kallas: São Paulo vai pelo mesmo caminho que o Rio

O líder da área de marketing da ESPM afirma que é obrigação do poder público se comunicar em todos os pontos de contato com a população. Além das placas de rua, ele cita também a péssima sinalização de locais públicos, como praças e parques. “Sinalização urbana não é perfumaria. Todos os espaços públicos devem ser bem sinalizados. Hoje a gente mal acha a entrada e saída de um parque em São Paulo.  É muito difícil se perder em cidades desenvolvidas, como nos Estados Unidos, Canadá e Europa, porque tudo é muito bem sinalizado. Isso para não falar de países como o Japão, que pela dificuldade do idioma local, existe sinalização em dois idiomas”, completa o especialista.

Não é à toa que pesquisas mostram que a má sinalização é um dos aspectos de São Paulo mais criticados pelos turistas. “Turista tem razão de reclamar de segurança e tem que atender, embora seja um assunto complexo de resolver. Agora sinalização não é complexo, não dá para entender por que não há uma padronização, um trabalho mais eficiente e profissional na sinalização urbana de São Paulo”, questiona Pontes.

Rio

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Placas de rua do Rio são patrocinadas e contam com iluminação

Uma das empresas que está surfando na onda do mobiliário urbano é o Grupo Kallas. Especializada em mídia out of home, a Kallas tem o mobiliário urbano de cidades como Niterói e Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa, a empresa espalhou 18 mil placas de rua pela cidade, sendo que todas são patrocinadas e contam até com iluminação. “No Rio, as placas são todas patrocinadas, bem cuidadas e iluminadas. Não tenho dúvidas de que São Paulo vai pelo mesmo caminho”, diz Rodrigo Moreira Kallas, VP e planejamento estratégico do Grupo Kallas.  

A empresa também está desenvolvendo um totem interativo para a cidade com informações sobre os cartões-postais do Rio, temperatura e outros serviços, que deve ser instalado até as Olimpíadas de 2016. “A nossa expectativa é que o período seja tão bom quanto foi a Copa”, ressalta Kallas. 

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