Pokémon GO e a muralha do GPS Indoor
André Ferraz, CEO da In Loco Media
Pokémon GO é uma febre! Em menos de um mês após o lançamento, segundo uma pesquisa da Sensor Tower, o game se tornou o app iOS mais utilizado pelos usuários, superando gigantes como Facebook, Snapchat, Twitter e Instagram. No Brasil, ainda não é possível jogar o Pokémon e há vários usuários postando vídeos nas redes sociais pedindo, implorando e chegando a chorar por conta disso!
Tanto sucesso em um espaço tão curto de tempo fez com que o mercado enxergasse em Pokémon GO uma grande oportunidade de negócio. A Niantic, uma das desenvolvedoras do jogo, declarou que permitirá a criação patrocinada de locais como uma estratégia para atrair visitantes para dentro de estabelecimentos. Da mesma forma que alguns anúncios cobram por cliques, os futuros locais patrocinados de Pokémon GO terão visitas físicas como forma de cobrança.
Imagine o quão lucrativo seria ter uma PokéStop ou Gym dentro de um estabelecimento? A caçada por itens garantiria um fluxo constante de treinadoras e treinadores Pokémon dentro dos pontos de venda.
É neste ponto que aparece o grande desafio devido às limitações da tecnologia GPS: como criar PokéStops patrocinados em locais fechados de forma precisa? Como todos sabem, os sinais captados pela tecnologia GPS não conseguem penetrar através de materiais sólidos como tijolos, metais, concreto e madeira. Por isso, shopping centers e outros locais de grande afluxo de pessoas, que costumam ser construídos com esses materiais, podem se tornar desfavoráveis para partidas de Pokémon GO.
Essa limitação é um fator impeditivo tanto para o usuário, quanto para as marcas. Os shoppings conseguem reunir vários tipos de estabelecimentos em um único lugar. A grande quantidade de lojas poderia reunir muitos PokéStops e Gyms, o que atrairia muitos treinadores sedentos por itens.
Outro ponto que transforma os shoppings em pontos estratégicos para o jogo é a estrutura oferecida por eles. Além de serem locais seguros, eles dispõem de facilidades como wi-fi, banheiros e restaurantes, características que enriquecem a experiência de um jogo baseado em interação com o mundo real.
Ainda é importante citar que existem locais onde os jogadores não se sentem seguros para utilizar o smartphone. Ao expandir o jogo para locais fechados, Pokémon GO poderia conquistar mais usuários assíduos.
Apesar das limitações, é inegável que Pokémon GO conseguiu mostrar o poder da realidade aumentada. O que antes parecia um conceito muito distante da realidade, agora está ao alcance das mãos de milhões de pessoas ao redor do mundo.
A partir de agora, só nos resta observar como o público e as marcas irão aproveitar esta nova tecnologia. Quais são as suas apostas?
André Ferraz é CEO da In Loco Media