População rica da América Latina está "digitalizada"

 

Um total de 41% das pessoas que compõem a camada mais rica da América Latina têm os três principais dispositivos de mídia digital atualmente – computador, smartphone e tablet -, revelando uma parcela altamente digitalizada no continente. Essa é uma das conclusões da pesquisa Affluent Latin America, realizada pela Ipsos para identificar os hábitos de consumo dos cidadãos com os salários mais altos da região.

De acordo com o estudo, há uma grande penetração de dispositivos móveis entre os latino-americanos ricos. Os smartphones estão presentes na vida de 81% deles, enquanto os tablets chegam a 46%. Com exceção de e-readers, a penetração tem níveis superiores ao da Europa.

Devido ao uso recorrente dessas plataformas, o consumo de mídia digital também é considerado alto: 1h47 por dia, em média, ante 1h13 registrados na Europa. Apesar disso, a televisão ainda é a mídia mais consumida, com uma média de 2h23 por dia, chegando a 3h24 nos finais de semana. A média diária de consumo de mídia impressa é de 1 hora.

Outro reflexo da “digitalização” das classes altas latino-americanas é sua presença nas redes sociais. Apenas 6% disseram não ter acessado sites do tipo no último mês. Facebook (77%) e Google+ (62%) estão na preferência das pessoas que usam redes todos os dias. O caráter internacional desses cidadãos também é um dado destacado pela Ipsos. Mais da metade (55%) fala mais de uma língua, o que explica o consumo elevado de mídia internacional: 60% assistem a canais estrangeiros e 45% leem jornais e revistas de fora de seu país.

A amostra é de quase dois mil entrevistados, mas a pesquisa diz respeito a um total de 4,8 milhões de pessoas residentes na Argentina, no Brasil e no México. Foram feitas perguntas a respeito do que essa população assiste ou lê, como se comunica e o que compra. As entrevistas foram feitas entre abril e julho deste ano.