Miriam Shirley, vice-presidente de mídia da Publicis Brasil e eleita a Mídia do Ano do Prêmio Desafio Estadão Cannes, vai representar o país no júri de Media no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions. Uma de suas considerações é que a inovação, aliada aos resultados alcançados pelos trabalhos, pautará o critério de julgamento das campanhas. Ela afirma que, no caso da mídia, “também é muito importante avaliar a capacidade de uma peça reverberar em outras plataformas”. Confira a seguir os principais trechos da entrevista que a executiva concedeu ao PROPMARK.

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PERFORMANCE
Acho que será um festival marcado pela inovação. Realidade virtual, inteligência artificial e mobile devem estar na pauta das palestras. Espero que possamos ver alguns cases de sucesso para os clientes utilizando essas e outras tecnologias com bons resultados. Sobre o desempenho do Brasil, a minha expectativa é de que o país consiga mais uma vez ser um dos destaques do Cannes Lions. Adoraria também que tivéssemos uma performance mais consistente em categorias como Media (claro), Innovation, Glass (por que não?) e Titanium.

INOVAÇÃO
A inovação, aliada aos resultados alcançados com os trabalhos, é certamente o principal critério. No caso da mídia, também é muito importante avaliar a capacidade de uma peça reverberar em outras plataformas. E vale lembrar: inovação não tem, necessariamente, a ver com tecnologia, basta ver o case que levou o GP em Media e em Print&Publishing no ano passado (McWhopper, do Burger King).

TENDÊNCIAS
A principal tendência, na minha opinião, é a identificação de novos pontos de contato e da melhor forma de uso deles para gerar conteúdo relevante aos consumidores e conversão para as marcas.

DISCOVERY ZONE
Acredito que o julgamento me tomará a maior parte do tempo. Mas, quando estiver livre, certamente vou conferir a Discovery Zone do Lions Innovation, uma área que reúne startups do mundo todo e onde Cannes lança o seu olhar para o futuro.

WHATSAPP
Confiro o que posso, do que é mostrado no SXSW ao que passa nos breaks do Super Bowl e os cases que se destacam em prêmios como D&AD. Estou revendo o histórico da categoria e já temos um grupo dos jurados brasileiros no WhatsApp por meio do qual trocamos ideias sobre o que veremos por lá.

CONSELHOS
Primeiro, aconselho que as agências vejam se as suas peças têm, de fato, aderência à categoria. Não adianta nada ter um grande case se ele estiver inscrito na categoria errada. Segundo, é importante ter em mente que somente a grande ideia não basta. Ela precisa ser brilhantemente executada, contar com uma estratégia consistente por trás e gerar impacto. Terceiro, deve-se pensar na capacidade de cada trabalho nos surpreender, e não só pela sua criatividade, mas também pelos resultados alcançados.

PATAMAR
Os Estados Unidos têm um bom destaque na área. E acho importante pontuar que o GP do ano passado (McWhopper, do Burger King), que teve a participação de várias agências, foi liderado pela Nova Zelândia. Quanto ao Brasil, o nosso melhor desempenho recente na área foi em 2014, quando conquistamos um ouro, seis pratas e três bronzes. Vamos ver se a qualidade das peças deste ano nos permitirá voltar a esse patamar.