Divulgação

O trabalho “The refugee nation” conquistou Leão de prata na competição Creative Efectivess do Cannes Lions 2018. Os resultados obtidos pela ação criada para a Anistia Internacional com atletas que tiveram que deixar seus países por problemas ideológicos e econômicos justificou a decisão do júri presidido pelo brasileiro Fernando Machado, CMO global do Burger King, e que teve como representante do Brasil a executiva Paula Linderberg, VP de marketing da Ambev.

Os atletas da nação simbólica entraram no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, palco da abertura dos Jogo Olímpicos brasileiros, portando uma bandeira laranja com tarja preta, simulando o design de coletes salva-vidas. A repercussão na mídia internacional chamou a atenção para o problema dos refugiados que envolve mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente de origem africana e de áreas de conflitos bélicos, como a Síria, segundo o Acnur (Alto Comissariado da ONU para refugiados), que selecionou os 10 atletas que disputaram medalha na competição olímpica.

Com esse pano de fundo, o projeto “The refugee nation” foi desenvolvido sob encomenda da Anistia Internacional. Foram 18 Leões no Cannes Lions do ano passado: o Grand Prix for Good, um Titanium, sete ouros, quatro pratas e cinco bronzes. Agora, com o resultado, como destacou Machado, ganhou Leão na área Creative Effectiveness devido a essa performance.   

O projeto teve o envolvimento de 28 brasileiros.  A Ogilvy Nova York assinou a criação que contou com sete profissionais do Brasil: os diretores de criação Rodrigo Moran, Caro Rebello e Artur Lipori; o diretor de design Lucas Camargo; e os diretores de arte Eduardo Lunardi, Arthur Amiune e Renato Tagliari. Além dos profissionais das produtoras brasileiras Asteroide Filmes, do sócio e diretor Guilherme Pau y Biglia e do diretor-executivo Diogo Ruiz; Square Pixel Filmes, dos sócios Raphael Dias (diretor de cena), Gabriel Nogueira (produtor-executivo), Aramis Barros (diretor de fotografia) e Daniel Lins (diretor- -executivo); da Canja Audio e Culture e da Pimenta Print.

“É o resultado incrível de um projeto que contou com muita colaboração de toda a equipe em torno de uma causa que merece total atenção e envolvimento. Essa sinergia, iniciada pelos criativos da agência, passou pra todas as pessoas envolvidas e nos inspirou, assim como a questão dos refugiados”, disse Raphael Dias, sócio e diretor de cena da Square Pixel Filmes. “O case nasceu de maneira natural. Percebemos que não apenas os atletas, mas todos os refugiados do mundo, tinham algo em comum: a ausência de símbolos que os representassem com um povo. A bandeira e o hino cumprem esse papel e por isso a ideia chegou tão longe”, acrescentou Guilherme Pau y Biglia, sócio e diretor de cena da Asteroide.

Os jurados concederam 18 Leões em Creative Effectiveness. O Grand Prix foi para “Savlon healthy hands chalk sticks”, criação da Ogilvy Mumbai, da India, para seu cliente Savlon. O objetivo era promover o uso de sabão na hora de levar as mãos nas escolas rurais indianas. Nessas escolas ainda se usa ardósia e giz preto na hora de escrever. O cerne do case “Giz de mãos saudáveis”, numa tradução livre, é a mistura de sabão granulado no pó de giz. Quando as crianças iam lavar as mãos antes do almoço, as crianças colocavam as mãos embaixo da torneira, momento em que o pó de giz se transformava em sabão.