Produção de vídeos verticais é tendência e novo desafio para as marcas
Instagram promove debate no Festival do Clube de Criação sobre uso de vídeos verticais e trabalhos colaborativos
A comunicação vive uma época de desafios. E não é só a variedade midiática da internet que demanda uma observação mais focada. Há novas formas de linguagem e as marcas precisam observar como os usuários utilizam esses canais e, por assim, estabelecer uma conexão sob medida com esse benchmark. Com isso em mente, o Instagram promoveu na tarde desta segunda-feira um debate no Festival do Clube de Criação, em São Paulo, sob o tema “A construção de novas narrativas no cenário mobile e vertical”.
Daniel Bottas, creative strategist da Creative Shop do Facebook e do Instagram, que foi mediador do encontro, disse que o trabalho colaborativo com agências e anunciantes tem permitido avanços para o melhor aproveitamento das plataformas que exigem uma forma mais ponderada com suas essências. “A inspiração deve vir do comportamento que os usuários deixam bem claro nos seus posts”, resumiu o executivo.
Na avaliação do diretor, produtor e roteirista Marcel Izidoro, adaptar campanhas publicitárias feitas para o meio TV não é o melhor caminho. Ele recomenda compreender o Instagram como uma plataforma que tem linguagem própria e pertinente com o pensamento dos jovens de uma faixa etária entre 15 e 25 anos. “Quer falar com esse público tem que ir para o Instagram. Com cortes secos e formato vertical.”
A fotógrafa, DJ e gift maker Camila Cornelsen também acredita que os anunciantes devem se adaptar à linguagem dos novos canais. Em um trabalho para a Avon, com direção do duo Banzai, a primeira opção de câmera era na horizontal, mas o material que foi ao ar foi todo captado na posição vertical. “Pensei o filme todo na vertical. E isso tem ocorrido diariamente. Temos muitos pedidos para o YouTube na horizontal, que também vale para TV. Mas temos que criar para tudo de acordo com o formato”, diz ela.
Camila acaba de participar de um trabalho para o Itaú para a TV com a estética e linguagem do Stories. “A característica é toda vertical, para se encaixar no Instagram. Mas o ideal é fazer as campanhas com suas especificidades.”
Plataformas sociais como o Instagram também exigem um conceito de criação coletiva, como enfatizou Bottas. Ele provocou os convidados com um repertório de perguntas instigantes. A primeira delas: Como o trabalho colaborativo exerce influência no dia a dia e que tipo de profissional estão mais adaptados a jeito de produzir?
Para Camila, por exemplo, os projetos com os quais se envolve, não os considera autorais. “Sempre chamo muitas pessoas para trabalhar comigo porque gosto de ouvir o que todo mundo tem a dizer. As trocas são muito importantes porque permitem ver além do cenário de trabalho. Confio nas pessoas para que essa troca realmente valha a pena, como os maquiadores, diretores de arte e figurinistas”, ela disse, lembrando que já vem fazendo uso dos vídeos verticais e que esse formato permite experimentação e mudanças. “O Stories é o lugar para testar. Filmo com o iPhone e assim comecei a pensar mais verticalmente”, acrescentou.
O trabalho do Speto é mais solitário, mas a sinergia das pessoas que dão suporte emula o trabalho de grafitar uma empena. Os vídeos também estão na pauta de Speto. e ele e o formato vertical possibilita uma visualização maior dos seus trabalhos. “O processo criativo deve ser orientado pela emoção. Vou pelo caminho mais simples, o que não significa ser o mais fácil”, disse o artista.
Para Izidoro a tecnologia ajuda a contar histórias. Nesse contexto acaba de produzir e dirigir em parceria com o vlogger PC Siqueira uma série de 77 filmes sobre suicídio. “Tudo vertical para explorar bem o Stories e com o Facebook podemos usar a realidade aumentada”.