Luiz Simões (Leo Burnett Chicago), Kito Siqueira (Satélite), Marianna Souza, Diane Jackson e Jon Ellis (DDB Chicago), e JP (Consulado) (Divulgação)

Diante do anúncio de “estado de emergência” na Califórnia, nos Estados Unidos, do agravamento local do coronavírus, a Apro (Associação Brasileira de Obras Audiovisuais) decidiu adiar o Roadshow 2020 que seria realizado em Los Angeles nesta segunda-feira (9) e terça-feira (10) para promover o mercado de animação país.

O projeto une a Apro e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Exportações e Investimentos). Não há previsão de  nova data. Tudo vai depender do quadro do coronavírus ser revertido.

A animação brasileira tem se destacado no mercado internacional. O desempenho em festivais, como o Grand Prix do Titanium Lions da campanha “The Whopper Detour”, cujo visual foi desenvolvido pelo Zombie Studios, e o volume de negócios chamou a atenção da Apro e da Apex para a edição deste ano do Roadshow, que teria a presença das produtoras Lobo/Vetor Zero, Consulado, Stratostorm, DAHouse Audio, Domo Produções, Fauna, Trio, Zohar e Piloto.

Os executivos dessas empresas iriam exibir os seus respectivos portfólios e prospectar negócios durante reuniões pré-agendadas com diretores de criação e profissionais de RTVC de agências de publicidade e produtoras norte-americanas.

Estavam confirmadas as presenças de  Cherie Davies (FCB Chicago); Deb Archambault (McCann New York);  Jon Ellis (DDB Chicago); Leslie D’Acri (Ogilvy); Mike Woodall (BBDO New York); Sam Walsh (Team One); Lalita Koehler e Sara Seibert (Saatchi & Satchi); Brian O’Rourke, Anh Thule, Chris Perry, Margaret Nickerson e Christina Williams (TBWA/Media Arts Lab);  Carlos Barciela (Conill); Fabiano de Queiroz, o Tatu (RPA) e Kat Kim (Disney).

Em 2019, o evento consolidou mais de US$ 600 mil em negócios. A expectativa da Apro é que essa marca fosse superada no Roadshow deste ano.

Em pesquisa realizada pela Apro com as produtoras associadas, o segmento de animação orçou 446 projetos em 2019, dos quais 50 deles foram concretizados, totalizando US$ 9,5 milhões de receita.

“Diferentemente do live-action, que exige profissionais presencialmente, a animação pode ser feita a distância. Isso significa que uma produtora brasileira pode conversar com seus clientes virtualmente. A cada etapa do trabalho são enviados links, que podem ser aprovados ou receber sugestões para algum tipo de alteração. Nossas produtoras de animação estão tendo um ótimo desempenho global. A Lobo/Vetor Zero, por exemplo, tem um contrato longevo com a TBWA\Paris para o McDonald’s da Europa. A Zombie foi contratada pela FCB para fazer a parte visual da campanha ‘The Whopper Detour’ para o Burger King. Mas há espaço para crescimento”, explicou Marianna Souza, presidente da Apro .

O Roadshow também serviria para promover o programa Cash Rebate, criado pela SP Cine para estimular a produção de conteúdos audiovisuais na cidade de São Paulo. A ideia do plano é  abater em até 30% por meio de incentivo fiscal orçamentos a partir de R$ 2 milhões.

“Uma comissão multidisciplinar da SP Cine observa o aproveitamento de pontos icônicos da capital paulista nas produções; o volume de profissionais técnicos brasileiros contratados; locação de equipamentos; e destaque nos roteiros para os temas de inclusão e minorias. Tudo isso vai influenciar no desconto”, disse a presidente da Apro, que não vê prejuízo para esse plano de incentivo em função do coronavírus que contribuiu para o adiamento do Roadshow de Los Angeles.

A Apex-Brasil é a principal patrocinadora do Roadshow. O contrato da Apex-Brasil com a Apro/Film Brazil se estende até o Cannes Lions 2020. A instituição investe cerca de R$ 1 milhão por ano no fomento à produção de cinema comercial no país.

“Mas o retorno é garantido. O volume ultrapassa os R$ 60 milhões. O ROI é a principal métrica da Apex. Em junho vamos iniciar as tratativas para renovação”, argumenta Marianna.