O vermelho nas instalações chama a atenção para a degradaçãoA artista plástica Bia Doria lançou nesta segunda-feira (22) o documentário “Raízes do Brasil”. Produzido pela Cine, o filme, com 25 minutos de duração, faz um alerta à necessidade de preservação da biodiversidade do país, retratada pelas obras da artista.

As imagens foram captadas pelo sócio e produtor da Cine, Wal Tamagno, na região alagada da Usina Hidrelétrica de Balbina, na Amazônia. Considerado um dos maiores desastres ambientais da história nacional, a construção inundou cerca de 30 mil hectares indígenas e vasta área da floresta para gerar pouca energia, além de emitir grande volume de gases do efeito estufa.

Bia, reconhecida por suas esculturas sustentáveis com árvores nativas resgatadas em queimadas, desmatamentos e fundos de rios, utilizou galhos submersos da região para criar instalações e aplicou a cor vermelha, que deu o tom do alerta.

Também participam do documentário profissionais como o escultor Frans Krajcberg e o artista plástico Romero Britto, além de Joe Berardo, um dos maiores colecionadores de arte do mundo.

“Foi muito interessante fazer esse trabalho sobre as esculturas da Bia. Para minha grata surpresa, durante o desenrolar das entrevistas, descobri que o trabalho da artista ia além de suas esculturas, e que por trás de cada obra existia um protesto, uma forma de denúncia ao que vem sendo feito contra nossa natureza”, afirma Tamagno. “Foi muito interessante gravar o processo de trabalho dela e ver ao vivo a transformação de troncos e raízes queimadas e mortas em lindas obras de arte”, completa.