"Projetos devem nascer globalizados"
Formatos adaptáveis a qualquer mercado, projetos pensados 360º, a transmídia e o potencial do branded content foram alguns dos assuntos discutidos no primeiro dia do RioContentMarket.
Para Jeremy Spry, vice-presidente da Muse Entertainment, com a saturação do mercado e a busca por produtos inovadores e impactantes, o caminho é pensar no projeto de forma global antes mesmo de iniciar a produção. “As histórias podem, inclusive, envolver personagens locais. Esse tipo de contexto pode ser trabalhado de maneira a despertar a curiosidade de outros países sobre a cultura em questão, por exemplo.”
Jessica Watson, da Eone Television, enfatizou que as parcerias em coproduções são fundamentais para o desenvolvimento de séries que agradem diversos públicos, e destacou gêneros como suspense, ação e ficção científica entre os principais. “As principais apostas da Eone são em produtos que possuam fácil adaptação em outros idiomas e culturas, e acredito que este seja o futuro desta produção”, disse.
O que as marcas buscam, cada vez mais, é a presença orgânica nos conteúdos, e cada vez mais surgem estrategistas focados em criar essas estratégias. A StyleHaul é um bom exemplo. Rede de mais de cinco mil canais dedicados a moda e beleza no YouTube, tem mais de 28 milhões de assinantes e desenvolve projetos para as marcas envolvendo algumas das mais importantes influenciadoras no mundo virtual. Na América Latina, são mais de 700 canais com cerca de 120 milhões de visualizações por mês.
“É importante manter o conteúdo orgânico. Hoje as marcas querem ir além de apresentar seus produtos: desejam engajar o público numa conversa. Desejam estratégias 360º, explorando todas as plataformas”, disse Luiza Ricupero Negret, vice-presidente da Stylehaul no mundo.
Daniel Conti, CEO da Vice Media Brasil, destacou citando o presidente mundial da Vice, Shane Smith, que pessoas jovens têm um “Bullshitômetro”, um detector de “bullshit”, e sabem distinguir as mensagens que estão veladamente tentando lhe vender alguma coisa.
“No ambiente digital a palavra de ordem é relação orgânica. O que precisamos nos dar conta é que não somos produtores audiovisuais, mas sim mídias, precisamos pensar na distribuição do conteúdo, em como a narrativa das marcas vai ser ativada em diversas plataformas”, disse Conti.
Estadão investe em branded content
Nessa quinta-feira (26), estão previstas entre outras atrações uma apresentação de Flávio Pestana, do Estadão, sobre a adaptação do jornal ao mundo virtual. Uma das novidades é um produto a ser incluído nos projetos de mídia no segmento imobiliário do jornal: uma websérie assinada pela produtora Mixer, vinculada a cada lançamento imobiliário, apresenta de maneira criativa e diferente o bairro de lançamento em formato de websérie no portal do jornal.
“Cada projeto será desenvolvido em parceria com a construtora, mas há muitas possibilidades. A princípio, será sempre um morador apresentando seu bairro, contando um pouco da história, apresentando lugares pitorescos, para que as pessoas possam conhecer melhor o bairro onde eventualmente poderão vir a morar”, explica Hugo Janeba, presidente executivo da Mixer.
Também nesta quinta-feira (26), ocorre no fim do dia o debate “O que querem as agências de publicidade?”, com participação de Álvaro Rodrigues, sócio e VP de criação da Africa Rio, Carlos André Eyer, diretor de criação da NBS, Joanna Monteiro, diretora de criação da FCB Brasil e Marcio Juinot, diretor de criação da Leo Burnett Tailor Made. Também é esperada a apresentação do YouTube sobre o futuro do entretenimento, realizada por Kelly Merryman, VP de parcerias de conteúdo.
Na sexta-feira (27), a Investimage Asset Management, gestora do Investimage 1 Funcine – Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional -, irá anunciar três investimentos private-equity em empresas brasileiras do setor audiovisual nacional.