Propaganda fortifica

Com as mudanças significativas que têm ocorrido nas plataformas de mídia, acentuadas por um período extremamente sofrido da economia brasileira, que felizmente começa a se dissipar, restam ainda dúvidas e resistências em determinados anunciantes a respeito dos seus investimentos publicitários.

Houve aqui e ali reduções, bem sabemos disso. Mas o pior já passou e estamos todos interessados em que a retomada ocorra o mais rápido possível. Os agentes econômicos precisam se conscientizar de que a diminuição dos seus passos em direção às grandes inversões publicitárias retardará o processo de retomada, prejudicando a todos e, em consequência, ao país.

A atividade publicitária é multiplicadora. Países mais adiantados que o Brasil têm maior volume publicitário em seus diversos mercados. A preocupação que agora começa a surgir, após alguns períodos difíceis pelos quais passamos, aponta para a surpresa que poderão ser os resultados das eleições de outubro.

Bem entendido, eventuais surpresas negativas. Entendemos que esse tipo de preocupação não pode imperar sobre a comunicação publicitária, porque ela é uma das molas propulsoras que ajudará a consolidar a saída definitiva da crise que atravessamos.

Temos de acreditar nisso, justificando assim a força da comunicação em que todos acreditamos.

Não há mais espaço na atual conjuntura do país para infundados receios. Mais que nunca cabe, neste reconhecido momento de recuperação econômica, frases de otimismo que ecoaram décadas atrás e se encarregaram de trazer o país até aqui, situado entre as dez maiores economias mundiais e com muita vontade e necessidade de galgar novas posições nesse ranking.

O espalhafato que alguns setores minoritários têm feito contra o próprio país só o fortalece. Isto porque acaba revelando uma nação vista lá fora como um exemplo de liberdades individuais e principalmente de uma qualidade somente atribuída aos grandes e vencedores, que é a liberdade de expressão.

Ainda não temos o melhor dos mundos dentro das nossas fronteiras, mas caminhamos para isso à medida em que conseguimos avançar e chamar a atenção do planeta para as possibilidades de crescimento que a todos oferecemos.

Não está na bandeira, mas é de leitura fácil para todos aqueles nascidos em outros países e que nos veem com admiração: com todos os nossos desentendimentos, o chamado Fla x Flu que muitas vezes impera em nossas questões principalmente políticas, não deixamos de crescer e sonhar os mesmos sonhos que povoaram as mentes dos construtores de grandes nações.

 

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Antecipo o tópico da homenagem semanal do Editorial, ao incansável publicitário Claudio Venâncio, que se especializou no estudo programático das mídias do nosso mercado e sua evolução constante.

Venâncio é o responsável pelo tradicional Encontro de Mídias, evento que a cada ano ganha mais força no mercado publicitário brasileiro, que não foi diferente na sétima versão, realizada na última semana (ver cobertura completa no PROPMARK online e nesta edição impressa).

No segmento das premiações do Encontro, Venâncio adicionou uma fórmula imbatível dentre as diversas premiações que a propaganda brasileira possui. A equação é simples, por isso mesmo infalível: os meios elegem os mídias e estes elegem os meios. Com um grande final: ambos, juntos, escolhem os anunciantes, fechando o triângulo amoroso dos mais importantes players do mercado: anunciantes, veículos e agências.

Sim, há muito mais gente importante colaborando com a boa propaganda que se pratica no Brasil (e nos países que, como o nosso, costumam se destacar nos principais festivais do setor ao redor do planeta).

Mas, sem esse tripé, a atividade publicitária não se completa, mesmo quando um anunciante resolve criar a própria propaganda, através de houses ou departamentos próprios, hoje cada vez mais em extinção.

Entender de propaganda é entender que esse é o trio indispensável para o próprio desenvolvimento da atividade.

 

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Conti x Olivetto, um ataque peninsular do primeiro ao também peninsular, embora hoje ex (e mais para britânico), Olivetto, totalmente desnecessário em mais um momento de glória do famoso corintiano.

Não deve ter sido fácil a Washington Olivetto escrever suas memórias, ainda que, como ele mesmo confessa, não tenha rigorosamente obedecido à tradicional cronologia de um livro dessa categoria.

Pronta a obra (Direto de Washington), criou-se o momento ideal para uma crítica que pode até ter algum fundamento, segundo o ponto de vista do seu autor, mas que foi cuspida em um momento errado, quando Olivetto começava a saborear a divulgação da sua autobiografia, redigida à sua maneira, como revelou a Ronnie Von e seus milhares de telespectadores, no programa deste que foi ao ar na noite do último dia 16.

O que se depreende do artigo de Conti, a começar pelo título, é um inconformismo perante a vaidade e egolatria de Olivetto. Há que se pesar nesse particular, porém, se o criticado poderia se dar a esse tipo de amor próprio, ainda que exagerado.

Tenho para mim que, sim, eu que acompanho o seu trabalho desde os primeiros dias, quando ele jocosamente narra que deve a carreira a um furo no pneu em seu carro, aos 18 anos de idade, parando para trocar na Rua Itambé, em São Paulo, diante de uma pequena agência de propaganda (Harding Gimenez).

Sem habilidades manuais para esse serviço, preferiu pedir ajuda na agência e nesse momento descobriu seu novo mundo.

Desse momento da sua vida até o dia em que se transferiu para Londres – e mesmo depois disso –, Olivetto é uma referência da criativa propaganda brasileira que ajudou a engrandecer.

Conti, como jornalista, também não deixa de ser uma referência. Mas, deveria guardar para, suas rodas de amigos, as críticas a Olivetto, até procedentes, segundo a ótica de Conti, mas totalmente superadas pela importância do criticado em uma atividade que muito tem engrandecido o Brasil lá fora. A esta altura da vida, Conti deve saber que todos os que ultrapassam os próprios limites tornam pquenos e quase imperceptíveis os seus eventuais defeitos.

 Trata-se da velha história do saldo altamente positivo, diante de alguns escorregões que com o tempo até provocam risos em quem se encarrega desse tipo de observação.

 

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E a derrocada do poderoso Martin Sorrell, até então comandante todo poderoso do grupo mundial de agências WPP? Leiam nesta edição.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).