Propeg completa 50 anos de atuação
Da esq. para dir., em pé, Marcos Fonseca e Fernando Barros; sentados, Emerson Braga e Vitor Barros
A Propeg completou, no último dia 19, meio século de atuação. A agência foi criada em Salvador por Rodrigo Sá Menezes e seu pai, Oswaldo Sá Menezes, em 1965, e tornou-se uma das maiores agências do Brasil. Rodrigo deixou a agência há 13 anos e, antes de fundá-la, em 1957, foi contratado, aos 16 anos, para ser redator da Orgap, em Salvador, da qual se tornou sócio e presidente dois ou três anos depois. Após trabalhar em marketing político, assessorando o então prefeito de Salvador, Virgildásio Sena, e seu sucessor, Antonio Carlos Magalhães, Rodrigo e seu pai fundaram a Propeg Propaganda e Negócios Ltda. A sigla era resultado da junção de “prop”, de propaganda, e de “eg”, de negócios.
A Propeg existiu apenas em Salvador até 1972, quando foi criado o escritório de São Paulo de apoio à produção gráfica e RTVC, áreas de menores recursos na Bahia. Menos de três décadas depois, a empresa já era uma das maiores agências brasileiras, com bases em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Buenos Aires e Santa Cruz de La Sierra.
Fernando Barros, presidente da empresa nos últimos 13 anos – desde quando comprou a parte dos antigos donos –, entrou na Propeg como assistente de atendimento em 1973, depois de uma rápida passagem pela Norton.
Em 2001, foi convertida em Rede Interamericana de Comunicação S.A., empresa-líder do Grupo Interamericano de Comunicação, que reunia um leque de empresas especializadas nos diversos segmentos do marketing e da comunicação, incluindo as agências de publicidade Propeg, Lew/Lara/Propeg, Quê e NBS, a agência de comunicação multidisciplinar MultiComm, as agências digitais Invision e Midialog (posteriormente denominada Agência Click) e a empresa de tecnologia Fast Track.
Barros afirma que os primeiros 50 anos da Propeg foram muito frenéticos. “Foram muitas ideias, vitórias e alguns percalços. Ficou de pé a marca respeitável de uma agência criativa e resolutiva atravessando o tempo, um dos três maiores grupos de comunicação do país”, comenta.
Segundo ele, o que mais mudou na Propeg foi ela mesma, com a certeza de que não há nada certo e sempre é possível enfrentar e mudar o adverso. E o que não mudou foi a convicção do valor criativo como base. “Não seria possível chegar em 2015 sem acreditar nesse fundamento. Somos escolhidos (e pagos) para desenvolver comunicação eficiente; para sermos contemporâneos, sedutores nos nossos anúncios. Qualquer coisa além disso é mera obrigação burocrática, sem muito valor objetivo”, diz Barros.
De fato, a agência já conquistou troféus em todas as premiações relevantes do mercado: Prêmio Abril, Profissionais do Ano da Rede Globo, Colunistas e Fiap. Além disso, foi finalista nos festivais de Londres, Cannes Lions, Clio e El Ojo.
O executivo gosta de relembrar o desafio de lançar a Telemar (depois Oi). “Um dos sócios arrematantes do lote, ao passar pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana, no início da noite, disse-me: ao ver essa profusão de luzes acesas nesses apartamentos, fico apavorado com a quantidade de usuários de telefones que amanhecerão nos xingando amanhã. Não deveríamos ter ganho! Nossa vida vai ser um inferno! Sabe-se que a Telemar foi um sucesso, virou a Oi, uma das maiores operadoras de comunicação do país. Vale hoje uma fortuna, portanto foi um excelente negócio para os empreendedores ‘assustados’. Para a Propeg foi, durante muitos anos, um dos seus mais expressivos clientes”, conta.
Houve, igualmente, momentos difíceis, como o fechamento do Banco Econômico, em 1994. O impacto foi um corte de mais da metade da agência – cerca de 150 pessoas foram dispensadas.
Para comemorar os 50 anos, a agência criou um anúncio institucional, que está nesta edição do propmark. Outra novidade na agência é o novo CCO: Emerson Braga, que até recentemente respondia pela criação da Revolution Brasil, também do Grupo PPG. Braga iniciou sua carreira na capital baiana nos anos 2000 e, em 2007, foi transferido para Portugal, onde trabalhou na McCann, em Lisboa, até 2010. Este ano, Braga foi jurado brasileiro em Pharma, no Lions Health Festival. “Emerson é da última geração de criativos. Atual, multimídia e ousado”, descreve Barros.
Hoje a Propeg conta com cerca de 230 funcionários, com unidades em Salvador (BA), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Brasília (DF). Na sua carteira, tem como clientes Correios, M. Dias Branco, Marca Fortaleza, Amorela, Puro Sabor, Richester, Farinha Finna, Detran.SP, Prefeitura de Salvador, Prefeitura de Fortaleza, Governo do Estado do Ceará, Governo do Distrito Federal, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Ministério da Saúde, PDG, Queiroz Galvão, Santa Helena, Odebrecht Realizações, CPTM, Safernet Brasil, Coelba, Oi, Jornal Correio*, Onu Mulheres e ATX-BA. A Propeg faz parte do Grupo PPG, o terceiro maior grupo de comunicação de capital nacional do Brasil, que inclui as agências Revolution Brasil, Invent Live Marketing, iNFavela e Menta. O grupo tem, ao todo, 350 colaboradores.
Barros enxerga o futuro repleto de mudanças. “Nosso negócio vive um intenso movimento mudancista. Os clientes buscam comprar melhor nossa produção. Mas jamais viverão sem nossa companhia. Mudarão os formatos e a relação comercial, novas bases e cálculos surgirão. Sobreviverão os melhores, aquelas empresas capazes de mexer com as pessoas convincentemente”, conclui o presidente da agência.