Protagonista e telespectador
Por Suzi Cavalari
Poderia ser por causa dos mais de 180 filmes comerciais, novelas, minisséries, participações especiais em humorísticos, seriados, que o ator Marcelo Varzea é um “viciado em televisão”, chegou a ser reconhecido na rua como o “garçom da Bavaria”, mas é pelo protagonismo no “O primeiro musical a gente nunca esquece” que a carapuça, por assim dizer, serviu. É que no espetáculo sob a consultoria criativa de Washington Olivetto e produzido pela Aventura Entretenimento, que tem levado os jingles inesquecíveis da propaganda brasileira aos palcos, Varzea vive o publicitário Franco que adora TV. O ator conta que a experiência de fazer musicais tem sido muito prazerosa. Já passou por “Rock in Rio, o musical” e “Cazuza – Pro dia nascer feliz, ”. “Uma delícia! Amo a publicidade brasileira. Mas sinto muita falta de roteiros de filmes de situação. Tudo hoje gira em torno de celebridades e varejo”, diz.
Tanto que ao longo de sua carreira, só disse não uma vez, para uma marca de laxante, e não foi por conta do tipo de produto. “Mas não topei, pois, o roteiro era muito ruim”, afirma o artista. Outro segmento que não encararia é a política. Já entre as campanhas que mais gostou de fazer estão: Rio Listas (casal Beto e Mônica), em 1994, pela Thompson para o Rio de Janeiro; CCAA, dirigida pelo Nando Olival da O2 que rendeu bons filmes e prêmios, onde fez par com Andrea Mattar, um casal que viajava por vários países e como não falavam inglês ou espanhol só se davam mal. Além dos filmes para os calçados Itapuã, de Vitória (ES); e a Campanha dos Amigos, da Bavaria, que lhe rendeu certa notoriedade como o garçom que falava ” Bavaria, Bavaria, Bavaria, Bavária?”. “Fui parar nas novelas por conta do resultado desse trabalho”, afirma.
Porém dos trabalhos realizados o ator, diretor e produtor brasileiro, formado no Rio de Janeiro, na Casa de Artes de Laranjeiras não destaca um segmento, mas algumas peculiaridades. “Em um comercial, o personagem tem 30 segundos para vender uma ideia e fazer um gol. No teatro, tem uma preparação enorme e uma plateia que paga para te assistir e ela vai nos guiando e nós a ela também, em tempo presente. Já na televisão, tem algumas cenas de passagens quase sem importância, se quiser fazer um gol por cena, vai ser ruim e over. Já a resposta do público aparece nas pesquisas e na popularidade. Algo como, na publicidade você vende um produto, na TV o ator vira um produto e no teatro o produto é a história”.
No currículo
Já atuou em mais de 40 espetáculos profissionais, fez diversas novelas e seriados para quase todos os canais de TV aberta que trabalham com dramaturgia no Brasil. Esteve em alguns filmes de curta e longa metragem. Já foi assistente de direção e coaching para televisão. Professor de teatro, preparador de elenco, locutor, produtor de teatro , TV e shows. Dirigiu diversos shows de música e eventos corporativos e algumas peças dentre elas “Do Kitsch Ao Sublime”, de Marcelo Saback e Ithamar Lembo e ” É O Fim Do Mundo!”, em parceria com Johana Albuquerque. Durante três anos produziu, dirigiu, roteirizou, apresentou e cantou no evento semanal chamado “Segundas Intenções “, uma espécie de cabaret , com programação semanal – grande sucesso em São Paulo nos anos de 2003 a 2005. Integrou o elenco protagonista do musical de grande sucesso “Cazuza”, uma biografia desse cantor e poeta brasileiro.
Na TV destacam-se: Os Normais e Separação?!; A Diarista; Sob Nova Direção; Casos e Acasos; Toma Lá Dá Cá; Força de um desejo; Insensato Coração; Desejos de Mulher; Chiquinha Gonzaga; Um Só Coração; JK e Meu Marido. Foi um dos protagonistas adultos da temporada de Malhação 2012/2013.
No cinema esteve nas comédias Loura Incendiária e Deus Jr, de Mauro Lima; Alô, de Mara Mourão; Boleiros, de Ugo Giorgetti e também em Xingú de Cao Hamburguer.
No teatro: Cazuza- Pro Dia Nascer Feliz; Rock In Rio- O Musical; Estranho Casal; Carícias; Quarto 77; Alice ou A Última Mensagem Do Cosmonauta Para A Mulher Que Ele Um Dia Amou na Antiga União; Relax e Ópera do Malandro.