Próximos do fim
Ao que tudo indica, a pandemia do coronavírus está se reduzindo entre nós (conforme as regiões deste vasto país que é o Brasil) e isso tem estimulado, pelo menos aqui em São Paulo (temos falado nos últimos dias com o governador João Doria, que confirma a necessidade da volta às aulas ainda este ano), a se pensar na reabertura das escolas.
Sendo este um jornal que aborda as atividades do marketing e por extensão das suas principais disciplinas, com realce para a propaganda, criou-se um impasse ao se iniciar a pandemia, pois a grande maioria dos trabalhadores publicitários é jovem e tem filhos jovens.
Como deixá-los sós em casa e ir trabalhar, com todo o perigo representado por essa maldita doença? Entre outros motivos, foi assim que se instituiu o home office, com pais e filhos em casa, aqueles trabalhando online e estes procurando aperfeiçoar seus estudos e até se interessar por outros conhecimentos, além dos escolares, através principalmente da melhoria da programação dos meios televisivos nesse período.
Mas, esta solução verdadeiramente inteligente esbarrou em um sério problema profissional, que temos repetido aqui algumas vezes: o mundo publicitário é um universo de contatos e, apesar até do online, nada substitui o contato pessoal, quando um representante de um veículo necessita expor um projeto aos profissionais de uma agência, ou até mesmo o contrário: tomar conhecimento de um projeto de uma agência destinado a determinados veículos e não raro ao mesmo tempo.
Criou-se então um impasse que tem prejudicado – e muito – o mercado, com o adiamento não se sabe para quando das reuniões que definirão quais deles são mais oportunos. Sendo a televisão o meio analógico ainda de maior audiência, não nos causa motivos de aplausos a volta ao passado que algumas emissoras estão dando, na tentativa de manter uma boa audiência com o mínimo de investimentos possíveis.
Daí nasce a necessidade de se diminuir os problemas que levaram o mercado publicitário a esse ponto, sendo um deles o retorno às aulas dos seus filhos e a volta desse contingente valioso de trabalhadores criativos (não falamos apenas dos que trabalham na criação das agências) aos seus locais de trabalho, pois uma boa ideia, geralmente saída de uma única cabeça, no seu momento final, tem de ser esculpida por uma equipe onde todos podem melhorá-la.
Essa “desconcentração”, por outro lado, leva o mercado a suposições ruins sobre as agências, com muitos players importantes julgando abertamente que as agências querem aproveitar a ocasião para se instalarem em locais menores e, portanto, mais baratos em termos de aluguel, o que para nós é uma falácia.
Rezamos para que tudo isso acabe logo e a nossa publicidade volte a ser o que era até alguns meses atrás: uma das melhores do planeta em ideia e estética, não raro alcançando o pico do mundo nos mais famosos festivais existentes, como o Cannes Lions, que não poderia deixar de ser aqui citado. Ele foi a mola mestra que tornou a nossa boa publicidade conhecida e reconhecida no mundo inteiro, com o custo de uma certa forma agradável para nós, de cedermos os nossos melhores talentos para outros países, porque assim funciona o capitalismo.
Enfim, vamos torcer para que tudo volte ao normal rapidamente, como parece estar acontecendo, para que, apesar de todas as perdas até aqui contabilizadas, ainda nos reste um futuro brilhante.
Comemorando seus 40 anos de atividades seguidas, Fabio e Francisco Madia estiveram na redação do PROPMARK para agradecer todo o apoio a eles emprestado por este jornal (a recíproca foi verdadeira) e nos entregando, a mim e ao meu filho Tiago Ferrentini, um exemplar simbólico do livro por eles produzido que agora está sendo lançado no mercado, Peter Drucker, ao Mestre com Carinho, uma obra que agradece ao grande mestre tudo o que nos ensinou sobre as práticas do marketing e, ao mesmo tempo, reproduz boa parte delas no livro.
Nada como reproduzir neste espaço nobre do PROPMARK o teor da carta que Madia e Fábio vieram nos entregar pessoalmente esta semana, que, apesar de ter um fundo comercial, vendendo o Projeto Tebas para empresas e o Programa Matriz para profissionais, é no fundo extremamente esclarecedora sobre o pensamento e a obra desse gênio do marketing Peter Drucker:
“Para comemorar os primeiros 40 anos da Madia, decidimos escrever um livro resgatando os 10 principais acontecimentos da vida de nosso adorado mestre e mentor, Peter Ferdinand Drucker, assim como 277 de seus principais ensinamentos.
Esse livro não será vendido ao público. Trata-se de uma edição fora do comércio, com tiragem exclusiva para clientes, amigos e parceiros da Madia. E que, agora, tenho o privilégio de enviar o seu exemplar numerado. Encerra todo um processo de revisão radical nos serviços que prestamos a profissionais e empresas. E que a partir de agora sintetizam a atuação da Madia enquanto consultoria, em dois serviços essenciais, e que podem ser prestados em diferentes graus de modulação.
Contemplam a travessia do mundo velho para o mundo novo, orientam, de um lado, empresas em seus processos de reinvenção e reposicionamento, e de outro, profissionais em processo gradativo de migração a uma nova carreira, a de prestadores de serviços, na ‘sharing economy’, e à medida que os empregos vão se reduzindo quase a zero.
Se você tiver interesse em conhecer esses dois novos serviços, o Projeto Tebas, para empresas, e o Programa Matrix, para profissionais, estou a sua total disposição para uma apresentação de, exagerando, meia hora. A menos que você não pare de perguntar…
Armando, muito obrigado por todo o apreço, carinho e amizade com que você distinguiu a Madia em nossos primeiros 40 anos. E seguimos contando com você em todos os próximos 40. A propósito, temos um encontro marcado no dia 1 de setembro de 2060, quando a Madia completa seus primeiros 80 anos, para celebrarmos e comemorarmos a alegria da vida”.