Publicidade passa por ano de mudanças com debate sobre regulação de bets e IA
2024 também foi marcado por grandes fusões, aquisições, trocas de contas e perda de nomes que transformaram a propaganda brasileira
O ano começou com guerras tomando as páginas dos jornais e incontáveis minutos na televisão. Levantamento do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) mostrou que cerca de 200 mil pessoas morreram e milhões foram deslocadas em mais de 130 conflitos armados pelo mundo em 2024. A situação mundial colocou muitas questões em xeque, e, no Brasil, os temas mais abordados ao longo do ano foram inteligência artificial e bets, que tomaram bastante tempo do mercado publicitário. Regulamentações avançaram no ano, tanto que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) iniciou 2024 criando regras para a publicidade relacionada às bets.
O mercado publicitário contou com movimentações importantes como a compra da Soko pela Accenture, que foi encerrada como marca, passando a atuar como Droga5 no Brasil. No início do ano aconteceu a fusão das agências Wunderman Thompson e VMLY&R, que resultou na rede global VML. O Publicis Groupe anunciou a chegada da operação de mídia e dados no Brasil, o Publicis Groupe Media (PGM). A DM9 criou a vice-presidência de conteúdo e inovação. A iD\TBWA integrou as áreas de mídia e dados.
O canal de notícias CNBC chegou ao Brasil com Douglas Tavolaro na posição de chairman e presidente do conselho editorial. Erick Brêtas, que saiu da Globo, assumiu como CEO da S/A O Estado de S.Paulo. A Globo anunciou a saída de Boninho e que Rodrigo Dourado assumirá o comando dos realities a partir de 2025. No fim do ano, o mercado publicitário presenciou a criação do maior conglomerado de comunicação do mundo, com a compra do The Interpublic Group of Companies (IPG) pela holding Omnicom, que contam com receitas combinadas de US$ 25,6 bilhões e mais de cem mil funcionários. O marketing também foi surpreendido pela saída de Eduardo Tracanella do Itaú, após 27 anos. Como CMO da marca mais valiosa do Brasil, foi sob sua gestão que o banco lançou campanhas memoráveis, como a do bebê rasgando papel.
Adeus
2024 também foi um ano de despedidas de nomes que transformaram a propaganda e a mídia no país. O mercado perdeu o mais conhecido publicitário brasileiro, Washington Olivetto, criador de clássicos como ‘Meu primeiro sutiã’. E Jaques Lewkowicz, um dos fundadores da Lew’Lara\TBWA, morreu aos 80 anos. O Brasil se despediu ainda de Silvio Santos, fundador do SBT e o comunicador mais importante da história da TV. Além de Octávio Florisbal, que dirigiu a Globo por uma década, e Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, que fundou a Jovem Pan.
Durante as próximas duas semanas, acompanhe a retrospectiva do mercado publicitário aqui no propmark.