Publicidade representa 6% do PIB brasileiro
O estudo O valor da publicidade no Brasil mostra que o setor gerou cerca de R$ 418,8 bilhões na economia brasileira em 2020, o que corresponde a 6% do PIB. Isso vale dizer que cada real investido em propaganda resultou em R$ 8,54 para a economia no ano passado.
“O efeito multiplicador do investimento em publicidade já é bem conhecido tanto pelos anunciantes quando pelos estudiosos do assunto”, diz Caio Barsotti, presidente do CENP. “O estudo da Deloitte reafirma esta certeza e baliza o fator de multiplicação da publicidade no Brasil, mesmo em um ano marcado por enormes desafios em razão da tragédia da pandemia”, complementa.
O levantamento foi organizado pela Deloitte a pedido do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP) com base nos dados da Kantar Ibope Media e CENP-Meios.
Para estimar o impacto da publicidade na atividade econômica, a Deloitte utilizou um modelo econométrico que avalia a correlação entre valor bruto investido em compra de mídia e o PIB brasileiro. O modelo foi desenvolvido no Reino Unido e adaptado para o Brasil, onde contou com entrevistas de mais de 40 lideranças do mercado da publicidade.
O estudo considera os R$ 49 bilhões em compra de mídia acumulados no ano passado, cifra puxada por uma taxa de crescimento anual de 4,5% acima da inflação desde 2001. A performance se reflete também no mercado de trabalho. “Investir em publicidade sempre foi um bom negócio”, diz Daniel Queiroz, presidente da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro)
A publicidade criou 435 mil empregos em 2019, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério da Economia.
A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) confirma “a enorme importância da publicidade na geração de riquezas para o país”, comenta Mario D’Andrea, presidente da entidade. Segundo o executivo, a publicidade não beneficia apenas os anunciantes e veículos. “Ela traz enormes benefícios econômicos para o PIB brasileiro, cria empregos, dissemina a informação. É a indústria que impulsiona as outras indústrias”, acrescenta.
O motor da propaganda movimenta ainda preceitos ligados a liberdade de expressão, cultura, educação, entretenimento e esportes, além de estimular a competitividade e a expansão de marcas dentro e fora do Brasil. É capaz ainda de mobilizar fenômenos sociais por meio de ideias premiadas internacionalmente.
A previsão da Deloitte é de que novos tipos de mídia entrarão em estratégias integradas de múltiplos canais, enquanto novas preferências e comportamentos do consumidor definirão formas diferentes de interação. “Compilamos, no relatório, os dados econômicos mais relevantes do setor a partir de entrevistas com líderes da publicidade no Brasil, representando agências, veículos de comunicação, entidades do setor, anunciantes, consultorias em marketing e institutos de pesquisas. O resultado traz um mapeamento rico e fundamental para que se entenda sobre os benefícios da publicidade, os desafios e tendências do setor, bem como comportamento dos consumidores”, destaca Clarissa Gaiatto, diretora da Deloitte.
Dados, inteligência artificial, internet das coisas e 5G devem impactar os planejamentos nos próximos anos, intensificando as discussões sobre os limites éticos intrínsecos a essas tecnologias.