Publicidade será “automontável” em tempo real, afirma CEO da Teads Studio
Emi Gal, CEO da Teads Studio, acredita que a publicidade no futuro será “automontável” em tempo real e sem nenhuma participação humana. “Será como uma espécie de ‘lego’ capaz de se automontar. A partir de guidelines, imagens e vídeos, dados de campanhas anteriores, será possível usar um algoritmo para criar um anúncio individualizado automaticamente”, afirmou.
Emi Gal, CEO da Teads Studio: hoje é possível alcançar as pessoas individualmente
Ele foi um dos palestrantes do Mobilidade 2016, encontro que foi realizado pelo IAB (Interactive Advertising Bureau) Brasil no último dia 22, em São Paulo.
O CEO da empresa de mídia programática em vídeo também acredita que ela será auto-otimizável. “O que acontecerá no futuro é que usaremos os diferentes dados para criar milhões de versões de anúncios dinamicamente por meio de algoritmos, definindo apenas a meta da campanha”, destacou.
Por fim, o executivo também aposta em anúncios interativos. “Na Teads Studio desenvolvemos elementos que permitem interagir com anúncios em vídeos e, no futuro próximo, será possível inclusive conversar com o anúncio”, disse.
Gal acredita que os anunciantes serão cobrados somente depois que pelo menos 50% do vídeo foi visualizado por pelo menos 30 segundos no desktop e 15 no mobile. “O recurso garante o máximo de visibilidade no mercado e proporciona integração nativa entre dispositivos. Hoje você pode alcançar as pessoas individualmente, e conseguimos enxergar se a campanha está dando resultados para o anunciante ou não”, revelou.
Ainda de acordo com o executivo, as agências deveriam focar mais em criações para o mobile. “Continuamos apresentando anúncios de televisão no mobile e imaginando por que não funcionam. Diante desse cenário, uma das coisas que estamos desenvolvendo no Teads Studio é transformar anúncios de TV em anúncios de maior engajamento no mobile”, falou ele.
O CEO da Teads Studio aposta em anunciantes alcançando uma audiência de TV de forma mais personalizada. “O smartphone se tornou a principal tela que usamos e hoje cada um verifica a sua tela centenas de vezes por dia. Ao mesmo tempo, vejo que, apesar de as audiências estarem migrando para o mobile, os anúncios não mudaram tanto”, garantiu.
China
Chen Yong, CEO do IAB China, também esteve presente no encontro. Ele falou sobre o cenário do mercado chinês de mobile e revelou que a maioria dos usuários móveis chineses (92,7%) acessa alguma rede wi-fi, o que acarreta um crescimento de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior. Já o uso de 3G e 4G, disse ele, aumentou 2,9 pontos percentuais em um ano: 92,7% dos usuários de telefonia celular acessam redes de banda larga móvel.
Com 1,3 bilhão de habitantes e 710 milhões deles conectados à internet, a China possui 656 milhões de usuários móveis. “56% da população chinesa é urbanizada. No Brasil é 85% e nos Estados Unidos, 80,6%”, enfatizou Yong. “As cidades chinesas próximas ao Oceano Pacífico são as mais urbanizadas e aquelas no interior ainda precisam crescer”, disse. Ele prevê que a China vai ter 800 milhões de habitantes em áreas urbanas em 2020; e 900 milhões, em 2030.
Cris Camargo, diretora-executiva do IAB Brasil, fez um balanço do encontro e resumiu a edição deste ano em uma palavra: reaprender. “A principal mensagem do evento foi a necessidade de reaprender pela inconstância do ambiente mobile, que será sempre assim”, disse.