Publicitário processa agência após acusação de assédio sexual
Joe Alexander, ex-líder de criação da Martin Agency, entrou com processo judicial contra o grupo Interpublic, um dos gigantes da publicidade mundial, além de profissionais da sua antiga agência, segundo noticiou em primeira-mão o Advertising Age.
A queixa, apresentada em tribunal da cidade de Richmond (Virgínia), pede US$ 50,4 milhões em indenização e processa por danos não apenas a agência, mas também a CEO Kristen Cavallo, e a ex-diretora de criação Sissy Estes, a advogada Tara Hanley e a holding Interpublic, dona da agência.
A acusação é de “difamação, palavras ofensivas, quebra de dever fiduciário, quebra de contrato, negligência grave, interferência tortuosa, conspiração de direito comum, inflição intencional de sofrimento emocional e fraude na indução”. O profissional já havia entrado com processo contra o blog Diet Madison Avenue e o site Adweek, que deram repercussão ao caso em que ele foi acusado de assédio.
Alexander deixou a Martin Agency em dezembro de 2017, depois que a agência conduziu uma investigação interna sobre alegações de assédio sexual. Segundo ele, a agência vazou para a Diet Madison os termos de um acordo confidencial entre Alexander e a agência, juntamente com arquivos confidenciais do setor de RH, onde se alega que “Joe havia assediado sexualmente funcionários de Martin”. Ele afirma que se trata de falsa acusação.
O processo de Alexander cita seu desenvolvimento profissional na agência e o atendimento a clientes como Geico, Oreo, Donate Life e JFK Library, além de prêmios e um salário anual de US$ 1 milhão. Ele alega que a agência “roubou” o trabalho de sua vida, destruiu sua reputação e prejudicou permanentemente sua capacidade de encontrar emprego na indústria da publicidade.
Alexander enviou ao AdAge uma declaração sobre o tema. Os demais envolvidos não comentaram.
“Eu acreditei. Eu acreditava na Agência Martin. Eu acreditava no que eles representavam. Uma empresa que criou grandes ideias de negócios que transformam. Um lugar onde o trabalho duro foi recompensado. Onde todo mundo tinha uma voz na mesa. Eu acreditava no talento e empurrei minhas equipes para alcançar como nunca antes. Eu acreditava tanto na cultura que recrutou pessoalmente dezenas de criativos e suas famílias de todo o mundo para se juntarem a nós. Eu acreditava nas pessoas. Eles eram mais do que colegas de trabalho. Eles eram amigos íntimos. Confidentes. Até padrinhos. Eu acreditei neles quando disseram ‘Confie em mim’. ‘Você é meu parceiro’. Continuei acreditando na Agência Martin quando tudo terminou em 2017, depois de 26 anos. “Nós resolveremos o problema.” Eu quero que você tenha tudo para poder tomar uma decisão informada. “Estamos aqui para você.” Um ano se passou, depois 18 meses, quase 2 anos. Continuei acreditando na história que eles me contaram e se espalharam na imprensa e nos painéis de Cannes. Peguei gancho, linha e chumbada, até o ponto em que comecei a me desculpar e culpar. Até que, um dia neste verão, parei de acreditar. Eles disseram: “Nunca deixe uma boa crise ser desperdiçada”. E comecei a descobrir que a Martin Agency mentia para mim. Eles me trairam. Eles me deixaram para morrer. Eles usaram minha perda para ganhar. Sim, eu ainda acredito. Mas acredito em algo muito maior. A verdade. E eu vou lutar até que a verdade seja revelada para todo mundo ver. E acreditar.